sexta-feira, dezembro 25, 2009

epitáfio do momento

Decreta-se duvidoso o momento em que pensas que sou a mesma a todo tempo. Envolve-te em infelizes disfarces repetitivos, falsos, porém de natureza própria, refletidos em vícios explícitos num vago brilho no olhar. Só, em infinitos abismos penetrantes que dilaceram por querer ser outra-coisa, meros devaneios de uma mente orgulhosa.
Sabes muito bem da melodia do momento e dos acontecimentos que modificam-se a cada segundo encaixando a sincronia perfeita do futuro, esse montado por nós e não outros, onde não há volta e os segundos não permanecem, passam, mesmo que tentes forjar tuas falas, figurino e atos..
Depois das feridas que abristes saciei-me com as cicatrizes deixadas por ti: de tom profundo e meloncólico. Deixei de querer fixar-te aqui, pois teu segredo é ser outro quando precisas, anônimo e desconhecido, permanecendo na corda bamba do insante, numa reta sinuosa do tempo, de parto natural banhado a sangue num maldito rastro em que digo sim.
Nada tenho nesse tudo que envolve o momento, este esboçado pelos atos. Não é previsível o retrato do amanhã que está prestes a ser rasgado em pedacinhos ou ser vulto eterno de sonho que se sonha só.
Por isso contorno minhas derrotas, desconhecendo esse alguém que pintastes em mim nesse entranhado do estar, não, ser. Quero mais do que nunca desconectar, rir de teus pateticos atos como rio dos meus, numa viajem qualquer.
A nostalgia é minha neurose, de tudo que fomos, de tudo que iriamos ser e dos pedaços que ficaram pelo caminho, isso só pode ser coisa de quem gosta das cicatrizes que me fizestes, não de quem renova vícios de gosto impregnado ou da mesmisse da tua melodia, do outro eu que te tornastes sem que pudesse perceber, sem saber em que lugar comecei a me perder de ti.
O espelho está refletido nessa noite escura, susto num brilho caótico e intenso, física quantica, obra maldita da guerra contra o inimigo conhecido.
O instante não pode ser capturado, apenas esquecido, num silêncio, pairando nos segundos do tempo, jogado ao vento....

terça-feira, dezembro 15, 2009

Carta aberta ao inimigo conhecido

“ Pois viver continuamente à caça de ganhos obriga a despender o espírito até a exaustão,sempre fingindo, fraudando, antecipando-se aos outros: a autentica virtude ,agora, é fazer algo em menos tempo do que os demais” Nietzche

 


Propago aqui minha luta contra a permanência...de tal conforto inerte que causa maldita anestesia, rotineiras agonias e profundo tédio, traduzindo o niilismo puro e simples. Nego tudo aquilo que se perpetue na constância, o mesmo corpo, o mesmo gosto, o mesmo cheiro, o mesmo: Ditadura dos hábitos, pensamentos, prazeres...sendo que isso deveria ser finalidade última.
O tédio proporciona cortantes permanências maquínicas de manipulações hierárquicas ou terrorismo poético prestes a cometer um atentado já planejado em pensamentos...tentando anular essa moldura que reprime, envenena e dizima: criatividade, sensibilidade, o  imprevisível, o novo...
Não irei me reduzir a rotina, ao padrão, ao tempo: o espaço de um silêncio rodando em ciclos infinitos, já conhecidos, possivelmente reais, de invisíveis tradições que não deixam de ser sentidas, encarcerando por medo, repetições pré-estabelecidas sem brecha para o inusitado, aquilo que brota do impossível.
Precisamos encarnar realidades, diferenciando o eu a todo instante, não representá-las em inférteis repetições sistemáticas, essas esclarecedoras. É preciso inovar mesmo baseando-se em velhas verdades, porém superando as representações baratas de valores universais repetitivos. Invente o que é real, sem se preocupar com a padronização disso como uma patologia: autismo, surto, arte. Não acredite naqueles que pretendem salvar as agonias e aflições artísticas, que pretendem a despersonificação em massa, robótica, atrofiamento de vias cerebrais e personalidade. Meras invenções capitalistas que sufocam e estimulam a esquizofrenia, distorcendo e manipulando os sentidos.
Os adultos soberbos sedentos por auto-superação e incapacidade de auto-denominação  sacrificam-se a todo instante para tentar algo que chegue perto da afetividade, o que já seria uma contradição, desperdiçando o desejo por uma vida ordinária, cotidiana, nesse emaranhado onde o desejo se cala nas entrelinhas das trivialidades. Não existem sacrifícios onde se perpetue o desejo, as vertigens, as escolhas... Sacrificio seria não ser.
Que os desejos sejam eternizados em arte e a as disciplinas impositivas que pretendem nos tornar algo que não queremos ser sejam anuladas, caraminholas eruditas propagadas por homens que pensam que com isso se tornarão mais sábios que os demais, com mais méritos...um best-seller narigudo, arrogante num quadro pendurado para exposição. Esquecendo-se porém dos caminhos sinuosos do pensamento, da serotonina em sua maestria abrindo espaço para sentir e a capacidade que tem um corpo e suas criações. Continuarão a ser competidores encarcerados por virtudes inventadas, indigestas, nada mais que reles verdades. Saiba, as entrelinhas oferecem mais possibilidades que as ponposas frases e seus pontos finais.
Por isso: o grito, a gargalhada e a dança voraz e sem pudor, melodia que escolhi, arrancando do peito o peso do insuportável, combatendo tudo aquilo que pode desperdiçar o momento, com a certeza do impossível. A serotonina é livre, estimulada conforme o desejo, me transporta para um universo paralelo longe das luzes, cores e cheiros do capitalismo. Sou um autismo íntimo extremamente voluntário, sinuosa linha veloz de pensamentos no espaço do tempo, são tantas fugas mirabolantes comportadas em minha caixa craniana, esse manicomio. Meus devaneios nada mais são que a fuga da normalidade, assim posso ser: arte, infantil, louca, numa vertigem qualquer...esvaindo-me como o vento nas noites de verão, entre estrelas, no espaço, sou um verso escarrado, uma bailarina dançando pas de deux, sou o ato, mesmo tendo que...mesmo com tantas imposições, perecendo num sistema bruto que suga o eu, o ócio criativo, o tempo, que usei para me aperfeiçoar e escorreu imperceptível...

Talvez escrever com vigor esteja além de ser bom, está em vivenciar tamanho deleite, pulsar palavras em fluxo, degustar esse esdrúxulo alimento.

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Livre, Libertária...




O Anarquismo não é inferno ou paraíso. É um grito libertário, música, risada infantil - autêntica e efusiva. É ser! selvagem, é a violência cansada da permanência de um mundo ordinário: rótulos, tabús e cérebros robóticos. Está além da estética, do niilismo, está no instinto, muito além da razão, está na possibilidade do infinito, na sinestesia de sentidos - bagunça instintiva repleta de autênticidade. Livre, arbítrio, com um sabor robusto da liberdade de escolha.
A tentativa frustrada da eliminação do caos nos revela do que é composta a natureza humana e que devemos entender antes de excluir, pois tudo tem dois lados e só assim vivemos em equilibrio. Portanto não há caminho certo, linear, antes de tudo devemos procurar atalhos sinuosos, daqueles que fazem as conexões nervosas funcionarem num ritmo acelerado, em frenesi. É preciso se perder nesse emaranhado de tudo pra se achar, comunicar! Por isso precisamos do toque anárquico, desejos íntimos, loucura explícita, êxtase, se perder no labirinto dos pensamentos, questionamentos. Só assim podemos tranfigurar a já batida pseudo-liberdade em libertação, sem repressões ou imposições. É de uma nova revolução de valores morais que estou falando, esmiuçar os signos e mudar os significados tornando-os significantes. Não é só de uma revolução social que precisamos, mas pessoal, íntima, que nos dê asas, criatividade, retornando a nossa natureza empírica e libertária.
Me pergunto aonde está a repúlica? que se encontra ao alcance de tão poucos! Aonde está a democracia? Por aqui não escolhemos nada, nem direta ou indiretamente, aqui sofremos de imposição e repressão sádica, de interesses totalitários, ações tiranas para o fim de uma pseudo-nação-caos encarcerada por linhas imaginárias e interesses burgueses. É essa falsa liberdade que me irrita, é essa ditadura pós-moderna dissimulada que mata! São esses burgueses neo-nazistas encrostados com morais vãs, hipocrisia e falta de inteligência que me dá náuseas!!!! É preciso fragmentar o estado e reconstruí-lo com nova gestão, novo sistema, porque dá forma que está não tem conserto. É preciso revolucionar, é preciso empirismo, para quem sabe em algum momento da história poderemos acertar. A evolução não cai do céu, é preciso tentar o novo! Com toda a bagagem de aprendizado herdada das velhas tentativas, ideologias, dos velhos erros. Não é possível que todos nossos desejos e aspirações se resumam a uma urna eleitoral e ao poder indireto de escolher falsos representantes, mentirosos, que escolhem ao seu prazer o que é melhor para nós, ou melhor, o que é melhor para eles! Como o auxilio terno, auxilio panetone...quem sabe, enquanto muitos não tem comida!
O anarquismo consiste em negar toda essa esbórnia, essa inverção de valores em relação aos nossos direitos e os deveres de quem escolhemos para estar lá sentado tomando decisões por nós! Somos nós que temos que ser os sujeitos, somos nós que devemos ter o direito de decidir. O sistema é falho já está mais do que claro, não dá mais! É preciso uma ação direta e não rezar para que uma ação indireta dê certo. Se não podemos nos encontrar ainda em meio a todo esse caos como vamos encontrar quem nos baste, se não nos bastamos, transbordamos...
Temos nossos devaneios, sonhos e utopias para cumprir, não podemos esperar por caducos sádicos capitalistas para realizá-los, porque não vão, estão muito preocupados com seus próprios interesses.
O sistema é neurótico, a igreja é de um transtorno psicótico egoísta e doente, a família é falha, na maioria dos casos...É preciso a liberdade de escolha para encontrar o equilibrio que procuramos, a harmonia sem rédeas, regras...Só assim nos libertaremos dos remédios milagrosos dos psiquiatras, que querem informar quem somos, querem nos enquadrar num sistema vão.
Portanto coloque fogo nos livros de auto-ajuda, renuncie a ser um padrão, seja o que quiser, aquilo que queima, aquilo que é! O anarquismo é dadaísta, é surreal, é uma obra de Dalí, não se perpetua no real, no possível, está além, está na força da imaginação, está lá onde podemos chegar...
O mundo é violento, um grito, um escarro, um tapa na cara, a vida não tem cheiro de rosas, mas se precisamos de algo para legitimar isso, para nos dizer a verdade, o anarquismos nasce como uma rosa no concreto, uma brecha na rotina. É liberdade de pensamento, o mais puro deleite...


Panetone et circenses
Abaixo a ditadura pós-moderna, chega de tirania, manipulação, mentiras.
Estamos encarcerados numa pseudo-liberdade...é de uma mudança de valores que precisamos, é de ação direta! E enquanto o caos se instaura muitos estão ocupados matando por time de futebol, comemorando mais uma vitória NULA de conquistas de nada.
Tudo isso devemos a essa misoginia capitalista crescente em progressão aritmética e uma severa falta de neurônios, que já dizem os cientistas ser irreversível.
O obscuro e amargo resumo do caos: Futebol, machismo, tirania, panetone e lá vem Natal...

quinta-feira, novembro 12, 2009

Um breve diálogo neo-libertário com meu amigo imaginário:




-Sem querer eu tinha virado um verme, depois virei Deus e fiquei caminhando como um observador inóspito nos becos escuros da semi-existÊncia, acho que consegui voltar, não que a experiência não tenha alterado relativamente meu estado de ser, mas as epifanias cessaram, por enquanto.....

-Observar os becos escuros da semi existência realmente é uma experiência irreversível, depois disso viramos essas criaturas esdrúxulas completamente alteradas e psicóticas, realmente os seres por quem esbarro nessas longas caminhada são dignos de observação, mas sem muita prosa, minha inospitalidade é ressaltada a cada dia, impossível evitar...
Por isso, repito: 'vou deixar meu cérebro em casa e já volto pra tomar uma cerveja.'
se sentir deus no meio de reles mortais de vias cerebrais sedentárias não é mera poesia!


foto: www.fotolog.com/ldpfotos

quinta-feira, novembro 05, 2009

now i walk into the wild...


"Há um prazer nas florestas desconhecidas;
Um entusiasmo na costa solitária;
Uma sociedade onde ninguém penetra;
Pelo mar profundo e música em seu rugir;
Amo não menos o homem, mas mais a natureza..."

Quando a ultima arvore tiver caído,
Quando o último rio tiver secado,
Quando o último peixe for pescado,
Vocês vão entender que dinheiro não se come!


Filme altamente recomendado que vi ano passado, traduz exatamente isso, a importância do natural, do selvagem, da essência perdida.O mundo está a beira de um ataque de nervos com esse parasita cancerígeno de matástases infinitas, caos e catástrofes contínuas irreversíveis: o homem, que mata lentamente seu habitat e a si em troca de papel e poder.
Chegará a hora de pagar por sua matança! Pela imposição do poder aos mais fracos!
Chegará a hora de pagar por seus crimes, por se dar ao luxo da falta de inteligência e sensibilidade.

sexta-feira, outubro 30, 2009

muito fêmea.

É nesse emaranhado de conquistas vãs e contínuas que queimamos sutiãs como forma de revolução, protesto e aspiração da liberdade para depois nos iludimos com a sedução e alienação do silicone...
É com tal indignação, sufocante, que me pergunto: Como seria o feminismo pós-moderno? Queimar os seios em praça pública?
Talvez...
é de uma nova revolução que precisamos!

quinta-feira, outubro 29, 2009

Lolypop

Triste é aquele que não destrói o mundo, com apenas um olhar de brilho e palavras sádicas, de risadas compulsórias.
Triste daquele que não é criança, nem tem o poder de ser, aquele ser oco e assintomático, são...
Porém mais triste ainda quem não consegue ser por mais que tente, por mais que queira, pois já foi engolido, por sistemas brutos, por demasiadas preocupações: com corpo, com o que irão dizer...
Triste daquele que tenta e morre na praia sendo apenas uma procriação repugnante da mídia.
Ah mídia! tu que deverias e não fodes com o mundo! Devemos a ti e a tua misoginia esse caos de um mundo maldito: infantilização do sexo, pedofilia, bundas, plástico humano, anorexia, ditadura da moda, do sexo, tendencias, fantástico, anestesia, anfetamina, academia, coca-cola, marlboro light, silicone, botox, lipo, chapinha, salto alto, piercing no clitoris, playboy...santa barbie! mais plástico nesse ser orgânico de tanto câncer e cólera!
E a hipócrita moral ainda a nos rondar com seus olhos esbugalhados, julgando aonde vamos, o que comemos, o que bebemos, o que fumamos, o que usamos e com quem transamos.
Falsos adornos que tentam cobrir a tua velha crueldade.
Por isso grito: Matem as invenções da mídia!

"Todos sangramos no altar secreto dos sacrifícios, todos ardemos e nos assamos em honra dos velhos ídolos.(...) Quebrai, quebrai, meus irmãos, essas velhas tábuas dos devotos! Aniquilai as palavras dos caluniadores do mundo!" Nietzche

quarta-feira, outubro 28, 2009

mais um capricho infantil do desejo intrínseco

Disse-me certa vez tal putrefata língua que escrevo apenas para definir-me...que seja então!
Se não o fizer quem fará? Que respota darei a esse ego denso que clama por respostas nulas. Somente por algo que afague essas reticências catastróficas que ecoam infinitas: em um título indizível, num maldito parágrafo incompleto, sem nexo.
O eu pulsa nesse lugar de ninguém por respostas minhas, que me deêm o luxo de entender pelo menos um pouco dos porques da cólera, do caos, desse rotineiro pulsar que não me livra a cara.
...e o que sou se não essa criança, esse autismo que criei sempre iniciado por reticências. Eu quero é isso reticências gritantes!!
Nesse meu devaneio singular, perplexo, livre de qualquer molde, expressado por linhas faciais, imagens, sombreamentos e espessas ilusões, estupidamente consistentes, sou propagando-me no infinito em porções imaginárias, onde não existe o limite do 'possível'.
Se ouvir o eu saberá que a razão é falha e o pensamento trilha por joguetes sem sentido, perpetuando-se no impossível. O eu anda a sussurrar, a transbordar pelos poros, a pedir, mas os adultos orgulhosos não se permitem escutar. Não martirize meu capricho infantil de um intenso desejo intrínseco.
O que sinto permanece como um embaraço entranhado de longínquas descobertas, tortuosas imcompreenssões e desespero vulgar...o sexo dando contorno a essência, abstrata, de infelizes incógnitas...para propor....a cópula não convencional?
É somos nós crianças que fodemos com o mundo, enquanto os adultos soberbos, orgulhosos e destemperados preocupados pela dificuldade da própria auto-denominação, superação e surtos provocados pela falta de excessos procuram um buraco ou membro rijo para descarregar sua ordinária crueldade.
Sim, há em mim uma pitada qualquer de devaneio, mas não é assim que são os autistas, artistas, hipocrondríacos e as crianças? Por isso! Sou um pouco de tudo isso, então deixem-me brincar de eu em paz!

ir


'A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir...
ir...
ir de vez!!!'











( pic: twiggy)

...

"Mas não creio que as margens sofram por deixar o rio correr, ou a Terra por causa da sua chuva, ou do átomo que descarrega sua energia....tudo tem uma compensação mútua"

quarta-feira, outubro 21, 2009

Adorno de vulgaridades, minhas.

...e lentamente era roubada pela noite que transboradava em seus delicados poros e escorria pelas linhas faciais sinuosas até encontrar a boca onde o sal deixava seu suave rastro.
Muniu-se daquilo que tinha ao alcance das mãos e subiu ligeiramente as escadas com tal intensidade que sentia seu gélido sabor na ponta dos pés descalços. Do alto pôde ver tudo aquilo que não enxergava, seria seu amparo seguir de mãos dadas consigo, no aconchego e solidão de si. Logo dona do seu próprio caminho que se abria ali diante dos seus olhos em cores fortes.
As gotas de chuva começaram a tanger seu corpo como numa melodia, foi no inconsciente que floriram os primeiros passos de dança, aqueles que vem carregados de si, prosseguiram em êxtase transcendendo tudo aquilo que queria expressar e no entando falatavam palavras. A pele arrepiada era esquentada pelo calor do músculo cardíaco que no momento pulsava em vontades de sinapses ultravelozes.
Sentiu a água escorrer, caminhou com os pés molhados deixando o rastro chuvoso que tanto significava: lembranças, sentimentos, confusões e conclusões. Ah! chuva...sempre sua companheira nos momentos mais difíceis e mais especiais, verdade seja dita!
Se embrulhou no seu cobertor nada convencional, cheio de cores e bichinhos, encolheu-se como uma criança que busca proteção, tentou apagar da imaginação qualquer coisa que desse medo ou angústia e tentou lembrar das que traziam coragem e certezas para que o momento se tornasse suportável. Porém apesar de ter tentado arduamente se perdeu em pensamentos e sentidos... Era uma luta vã contra ela mesma com uma angustiante sensação de 'erro'.
Era tudo uma questão de falta, que levava a um adeus imprudente, um caminho que por mais que tentasse não saberia dizer se realmente o trilhava.
Justo quando se acostumou com a idéia da falta de sentido, quando compreendeu que tudo não passava de uma sucessão de movimentos pelos quais as coisas se transformam, que escorrem densos e intensos, logo efêmeros. Foi que percebera que caira na prórpia armadilha novamente. Mas sentiu-se fortificada por conseguir entender tudo de tal maneira quase que: leve. Mesmo com todos os fatos, esses gritados com sólidas verdades, onde a rota não nos permite devaneios. Soube que há um sabor e cheiro de mofo, rançoso e obscuro, que nunca compreendeu e pesa: pelo tempo, pela persistência do desejo, esse insistênte, pela estabilidade, pela troca, sáliva e olhar. E nem por isso deixa/deixou de ser pra lá de duvidoso...
Procurou aquilo que poderia ser empírico: de certezas a deitar olhando o teto, desligar o despertador, sem se preocupar com o tempo que corre ou talvez algo mais profundo como hospedagens mais longas...Mas escolheu goles quentes, doses extras para esconder o peso das permissões não sugeridas porém adquiridas. Puniu-se por esse maldito lapso de falta de personalidade o qual não perdoaria, não se perdoaria por tal luxo, nem em um milhão de anos! Mesmo assim sabia que faria novamente.
Ao acordar teve a certeza incerta de que não haveria paraísos em sua caminhada: punitiva, delirante e de catástrofes contínuas. Afinal sabia que todos são compostos de água, corrente, calor e sinapses nervosas. Somos carregados de fluxos, sentimentos - esses espalhados em ventanias soltas - mudanças, confusões, vulgaridades e adornos que a escondam.

hard days.

Have you ever been in a fight?
I don't wanna die without any scars.

sábado, outubro 17, 2009

'Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.'



...e o mundo não para que ela cate os pedaços...

segunda-feira, outubro 12, 2009

Namorado:

'Quem não tem namorado é alguém que tirou férias não renumeradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil, mas namorado mesmo, é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira: Basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem um amor: é quem não sabe o gosto de namorar. se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria. Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugida ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinicius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar, de gargalhar quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir agarrado, fazer sesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosque enluarado, ruas de sonhos ou musicais do metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de o seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar, quem gosta sem curtir, quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim-de-semana, na madrugada ou no meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo. Se você não tem namorado porque descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e de medo, ponha a roupa mais leve e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras, e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fadas. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria. Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido. Enlou-cresça.' Drummond.

terça-feira, outubro 06, 2009

oops!


i did it again!

domingo, outubro 04, 2009

Clave de Sol
















"Como é que eu vou poder cantar,
se minha dor está envergonhada,
está fora de moda,
está parada pra pensar.
Como é que vou contar as minhas tristezas, se elas estão
tão enroladas, que eu nem mesma sei.
O que foi que restou da minha vida?
Onde estão as minhas magoas?
Onde é que eu estou?
Será que eu vou ter que cantar as tristezas dos outros?
tendo tantas que são minha..."

quarta-feira, setembro 30, 2009

Guess i'm some kind of freak, cause they all sit and stay with their eyes.

...e desde sempre fomos reprimidos, enquadrados e rotulados para seguirmos como robozinhos do sistema, da manipulação em massa. Nos orgulhamos de uma pseudo-liberdade, que é podada, dosada. E quando seres audazes decidem quebrar tabús é claro que são apontados, julgados, rotulados. É a questão de me olharem estáticos, paralisados como se fosse algo de outro mundo! é, talvez seja! Eu sei que minha liberdade espanta e incomoda muita gente, mas dá pra disfarçar? É tudo uma questão de educação, respeito e liberdade - essa não é um luxo para todos, tem de ter um recheio qualquer, entende? uma pitada de devaneio, de paixão, deixar brotar as sensações a flor da pele...
É nítido como o diferente assusta, a coragem, o que vejo nos olhares abismados é um mix de inveja, admiração e espanto! Mas o que posso fazer? se desde que a primeira molécula de oxigêneo entrou no meu corpo provocando reações químicas desenfreadas eu sou livre! nesse corpo onde habita um ser inusitado, um tanto estranho, mas que tem um eu - íntimo e voraz! assumo a responsabilidade de ser e ter um eu, que corre entre as veias junto com esse vinho quente de sensações, me sobe a cabeça, espessa...e sem a menor cerimônia pula corpo a fora.
Não, não vou me vender! propagarei meus ideais até o fim e não me renderei! Nem pro capitalismo, pra fama, tribos, falso moralismo ou convenções...
Continuarei a ser desta natureza insólita, sem rótulo, única e anárquica. Sou isso! completamente fora do comum, de próprias verdades e intensa audácia, já essa não sei se encontra-se no olhar ou na ponta do meu nariz.
Não vou cansar de me admirar com certos comportamentos inúteis, banais, robóticos e um tanto hipócritas... a única coisa que precisamos para nos tornarmos filosofos é a capacidade de nos admirarmos.


be! whatever you want...

sexta-feira, setembro 25, 2009

Minha culpa

Sei lá! Sei lá! Eu Sei lá’ bem
Quem sou? Um fogo-fatuo, uma miragem…
Sou um reflexo… um canto de paisagem
Ou apenas cenario! Um vaivem
Como a sorte: hoje aqui, depois alem!
Sei la’ quem sou? Sei la’! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei la’ quem!…
Sou um verme que um dia quis ser astro…
Uma estatua truncada de alabastro..
Uma chaga sangrenta do Senhor…
Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador…

terça-feira, setembro 22, 2009

Libertate!


Fica decretado que nos entreguemos as volúpias, desejos e vontades sem mais demora!
E no meu mundo temos direito a liberdade, essa de uma audácia que nos faz ser e fazer aquilo que desejamos: o que a pele pede, que arde, que sacia, que nos baste!
Sem mais tabús, pudores, julgamentos ou divagações! Que nos libertemos de tudo que é vão!
Que nos entreguemos ao gosto de tudo aquilo que é! de verdade....
Pela liberdade da entrega!
do gozo,
pelo intenso deleite, de doce paladar,
livre em flertes num sussurro.
Pela liberdade de
ser, ter e amar.


De tudo isso que acredito, quero, desejo e amo...



Befree!

quarta-feira, setembro 16, 2009

Je t'aime

Foi por todas as menobras sinuosas e entorpecentes do destino que se cruzaram novamente. Não era apenas uma troca, tinha algo de intenso, de devaneio, um toque do proibido, uma vontade encarnada. Era aquele gosto diferente que a muito tempo já sentira, aquele gosto doce do desejo, escondido...
Já se conheciam, aquele brilho no olhar...conhecia de outros carnavais, não muito longe apenas o suficiente para não se esquecer........
Logo o corpo rendeu-se as volúpias que pulsavam, em sinápses nervosas ou nesse vinho quente que o percorre por inteiro, lá onde não se tem explicações, apenas se é, se sente.
O toque tornou-se inevitável, a boca era saliva em desejos crônicos, os olhos tímidos tentavam desviar daquele percursso inevitável que em melodia a levavam ao seu encontro. O pecado, esse encarnado desde muito tempo não livrou a cara, consumando aquilo que o universo conspirava e o corpo denunciava.
E logo a embreaguês carregada de liberdade levou ao toque, aquele inevitável. A boca encontra a outra, a mão se rende ao seio e todas as sensações antes esquecidas porém eternamente doces invadem os sentidos, levando-os ao êxtase.
Ela gostava de chocolate, ele de sorvete, Ela gostava da lua, ele gostava do Sol, logo perceberam o quanto eram interessantes um ao outro e que eram o encaixe perfeito.
Em algumas noites ela se perguntava porque demorou tanto pra conhecê-lo assim como ele é, por não se permitir sentir...Quanto tempo demorou...
Até aquele dia, de luar, de eclipse, em que se encaixaram enfim naquele beijo doce e um tanto audaz. E foi aí que as noites se estenderam mais do que deveriam, de vinho ou poesia, noites de desejos carnais, noites de risadas, de deitar junto, de estrelas cadentes, de falar besteiras, de apenas olhar e ver aquele brilho escondido nos olhos, de preencher-se de uma forma ou de outra, de olhar estática o sorriso dele, de cumplicidade, de se descobrir apaixonada, dando flores e frutos - amor, daqueles com cheiro e gosto bom...de história...de se bastarem apenas, no silêncio do depois.
O começo foi tudo aquilo, ambos tinham segredos, mas no calor de dois todos eram revelados e dissipavam-se um a um, foi no dia que aprenderam a ler os sentimentos no olhar e saber exatamente tudo aquilo que queriam dizer sem que fosse dita uma só palavra. Aprenderam a se importar, e a querer arduamente aquele sorriso que só é possível na troca.
Aquilo que carregavam até aquele instante sumiu, todas as lágrimas, todo o futuro,aquele que foi reconstruído dia a dia, len-ta-men-te, para que os dois fossem envolvidos por um só caminho, por onde trilhariam.
Naquele fim de tarde, banhada a ventos de verão em meados de fevereiro fizeram um pacto. Depois de lágrimas vespertinas, de segredos, de descoberta, de declarações... só depois de compartilhar suas dores e alegrias é que se tornariam cumplices, eternos, o que setiam se fortaleceria e se tornaria algo maior...para hoje, amanhã e sempre...E todo 'o antes' seria deixado para não existir mais!
Deitaram, se abraçaram e o calor do corpo revelou tudo aquilo que queriam dizer, num 'pacto secreto'- o qual seguiriam vendados sobre a corda bamba porém sempre em frente e sem medo do que estaria por vir...
De todas as arapucas do destino e de toda aquele gente que não gosta, não quer ver sorrir, nem entende a noite e suas incógnitas muito menos que os sentidos são repletos de surpresas o que sobreviveu foi a intensidade daquilo sentiam.
É difícil gostar de alguém, ela gosta.
E quando ele a pegou nos braços daquele jeito que só ele sabe, no calor de um segundo e sussurrou no ouvido dela - 'eu te amo' ela acreditou e continua...Será que basta? Pra ela basta!

sexta-feira, setembro 11, 2009

(!)

..a pele pede, o tato sente, toque...














...eu quero é sentir, essa tal intensidade latente do ser, cada desejo mais e mais...

quinta-feira, setembro 03, 2009

(L)


'Namorinho de portão, biscoito, café
Meu priminho, meu irmão...Conheço essa onda
Vou saltar da canoa, já vi, já sei
Que a maré não é boa
É filme censurado
E quarteirão
Não vai ter outra distração.
Bom rapaz, direitinho Desse jeito não tem mais!
O papai, com cuidado já quer saber sobre o meu ordenado
Já pensa no futuro e eu que ando tão duro
Não dou pra trás, entro de dólar e tudo
Pra ele o mundo anda muito mal,
Lá vem conselho e coisa e tal.
Bom rapaz, direitinho, etc. etc.
Eu agüento calado
Sapato, chapéu,
O seu papo furado,
Paris, lua de mel,
A vovó no tricô, chacrinha, novela,
O blusão do vovô,Aquele tempo bom que já passou
E eu, de "é", de "sim", de "foi". '

sexta-feira, agosto 28, 2009

Sweet Dreams



Lá muito além de qualquer palavra, frase ou letra. Está além do que os lábios reproduzem, está além do sentido, do tempo, do som. Isso que nos é comum, o que nos resta está na pele, no vestígio do gosto que ainda adoça a boca, quase imperceptível, desconhecido.
E daquele choque inevitável é que surgem os astros luminosos.
Nisso tudo me falta ar, não cabe no espaço de um, não rima.
Minhas metáforas, poesias, ontologias, é onde trilho para dizer o 'impronunciável', aquilo que se sente e de tanto! me fogem palavras, ao vento, dançando, perdidas nos segundos do tempo. Persistirei em sentir e compatilhar: do mesmo calor de gosto, olhar, tato que implora, toque. Mesmo que as conquistas sejam vãs, de tudo isso esse tanto já me basta. O brilho no olhar me absolve de qualquer culpa, de qualquer julgamento. De tudo isso sua boca de encontro a minha já é a conquista, é nesse encaixe que me completo.
Os meus encontros e desencontros, possíveis ou não, refletem a busca pelo novo, por aquilo que arda, que faça sentir, sem culpa ou pudores.
Decreto que em nada disso existe a maldade, não pode, há qualquer coisa doce, pura...
De tudo que foi e de tudo que ficou ainda fica muito daquilo que não foi dito, mas foi sentido.

quinta-feira, agosto 20, 2009

[?]

...e hoje eu sou essa enorme interrogação, encarnada na minha face. Isso que se sabe sem saber, que se segue a passos tontos nessa reta sinuosa que se chama 'caminho'. Aquele, o meu...
Essa maldita interrogação, essa vontade que não sei de onde, porque ou de que. É abrir a geladeira e fitar aquelas cores como quem descobre algum mistério ou estática admirar a pirueta suave de uma bailarina. Muitas vezes preciso de algo para despertar dessa inércia, me preenchendo de uma forma ou de outra. Sonhar alto é acordar de mãos vazias e sentir o vento que precede o tombo. Muitas vezes dói, outras nem tanto, contudo sempre vem a mudança nas noites de lua crescente, que me trazem o novo, é quando sei que nunca mais retornarei ao tamanho original. Portanto decidi sonhar por mais que doa saber, afinal é melhor do que esse 'nada repleto de nada', de uma maneira ou de outra as conquistas serão vãs, nulas, ouro para tolos. Porque ser é antes de tudo, tudo isso, encrostado, emaranhado no âmago.
Quero dizer justamente aquilo que sufoca, expressar o inexpressável, CRIAR, explicar a desexplicação daqueles poetas compostos dessa química orgânica, de átomos cardíacos, fonte inspiração, fonte de crescimento. No fundo é qualquer coisa que toque, ao alcance das mãos, dos olhos, da boca, para poder sentir, degustar, lentamente. Então se desabrocha, se encontra...Nisso tudo me inspiro em personalidades marcantes como a minha, de lágrimas e tortuosas palavras carregadas de verdade. Desde que toque! E para cada toque é um tato. Então cada um que pinte a pinceladas carregadas de voracidade e vontades a sua obra, o seu próprio e único eu. Nisso tudo sou algo que construi no meu caminho percorrido, sou esse tanto emaranhado, cheio de conquistas, de perdas....
Pensar é para poucos! Esse brilho nos olhos é testemunha da minha arte, de admirar-me com esse Tudo. Me perco no meio desse 'tudo', escrever talvez seja minha maneira de organizar essa desorganização pronfunda e enfim entender um pouco daquilo que não faz sentido algum, que eu quero é que não faça! Pra que sentido? se aí não se sente nada...Essa minha dialética de divagações é mais palpável para mim. O que faz algum sentido por frações de segundos logo se confunde novamente. Incógnitas lunares, dessas que me beliscam, nas noites de vento fresco, de calor. O bom é tê-las próxima da caixa craniana.
Aquele meu futuro promissor? Sobre falar sério...sobre uma suposta lucidez? Que é imposta! Sentada atrás de uma mesa fria, a enlouquecer e jogar aqueles papéis de 'sei lá quem' para o alto a fim de desorganizar essa maldita normalidade imbecil. Espero que esse futuro tenha uma pitada qualquer de falta de sentido, de devaneio, de loucura que é tudo aquilo que me compõe, lá no fundo, aquilo que arde, que me faz viva. Estou sempre a um passo desse 'enlouquecer' e quando menos espero já me joguei por inteiro. Sempre prefiri a loucura mesmo, que me cura de uma forma ou de outra. É, eu me perco nessas minhas divagações...A realidade é como um tapa na cara, prum lugar qualquer, de incógnitas crescentes. E que diabos é a realidade?
Minha essência guardo no bolso, isso ninguém pode me roubar...é só minha. Acho que tudo isso, mais o que sou é fruto das minhas escolhas, não quero fazer parte do comum, porque eu prefiro o gosto doce dos sentidos. Eu, arte final, de esboços meus, comportados de tantos eus. Me encontro sem ter uma palavra mesmo com tanto a dizer nesse eco ressonante. Me falta, logo continuo perdida.
Ao redor a vida continua naquele maldito corre-corre, de me deixar nessa paranóia delirante do tanto que deixei pendente, inclusive porque o tempo não me poupa, é carrasco sádico a rir de minhas agonias. Preciso daquele mais, de tato, gosto e cheiro bom, de sentar ao Sol e ver a cor das flores no jardim. Preciso urgente pontuar esse corpo no espaço do tempo numa bela e doce música de derreter a massa cerebral ao sentir aqueles ventos noturnos. Quero logo é voltar a ser criança, de imaginação e corpo solto, sem tempo, espaço ou rótulos. Apenas aquela gargalhada gostosa que contagia, apenas SER.

quarta-feira, agosto 12, 2009

à arte de desexplicar

ou explicar demais, logo desexplicando,
velha dialética minha essa.

"Escrever nem uma coisa
Nem outra -
A fim de dizer todas
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim,
Ao poeta faz bem
Desexplicar -
Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes."

sexta-feira, agosto 07, 2009

Something about

A mente
pulsa
em lembranças
quebra-cabeça,
quebrando
cabeças
de mentes
inquietas
sem cabeça
ou pé
e a mente
ainda pulsa..

terça-feira, agosto 04, 2009

'[...]

Que grande felicidade não ser eu!
Mas os outros não sentirão assim também?
Quais outros? Não há outros.
O que os outros sentem é uma casa
com a janela fechada,Ou, quando se abre,
É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.
Os outros nunca sentem.
Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu,
que neste momento
já não estou sentindo nada.
Nada! Não sei...Um nada que dói...' (a.C.)

sábado, agosto 01, 2009

Epitáfio de nossas quimeras


Aqui jaz nosso amor que de imenso morreu, feto tardio de metástases de dores efêmeras, conquistas de nada e incertezas nulas.


Depois de chorar pelos adeuses silênciosos, subentendidos no futuro próximo onde não há palavras para comunicar. Nos perderemos na distância. É difícil - você dirá. Eu te abraçarei com a firmeza de novos caminhos que se abrirão, na certeza de novas escolhas, na mudança de objetivos. Então seguiremos em frente sufocados desse sentimento vago e inexplicável, nostálgico, porém já anestesiados por tantas lágrimas. Enfim aprenderei depois de líquida, obscessiva em lamentos, que meu caminho é único e solitário porque só cabe o eu, que ocupa todo esse espaço no tempo. Nesse meu enredo, o caminho presente, me foi doado de graça e está a todo momento prestes a se tranformar apenas em lembranças.

Nietzcheneanas

"A transformação do comportamento afetivo e das crenças da mulher irão levá-la agir com mais eficácia. Não estou me referindo aos problemas práticos, econômicos e sociológicos que, para mim, podem ser resolvidos na sua maioria com lógica e inteligência. Quero apenas acentuar a importância dessa confrontação com nós mesmas, que é a fonte da nossa força.”

Nietzche escreve em suas críticas fortes ataques não solidários ao ser fêmeo (que não precisa da solidariedade, por não ser de fato o tal 'sexo frágil'). O que ele exalta nos seus textos é uma rejeição a imposição do 'corpo feminino', ou o que fazem dele, a moral e os valores impostos a mulher. Isso já no seu tempo em que a 'coisa' não tinha tomado tamanha proporção, por isso dizemos que ele é um escritor a frente de seu tempo.
O corpo da mulher é usado como objeto: dos silicones até chegar nos biquinis e bundas na tv, assunto esse já batido e impossível de passar em branco, mas o pior é que tem aquelas que aceitam e até as que gostam da mulher-corpo, da prostituta: a qual é útil apenas aos prazeres, manipulada, enlatada, modelada, não pensa, não fala, não produz! só obedece e repete.
A mulher é de uma beleza ímpar, é feitiço e poder de sedução: o qual é banalizado para uma eficácia na manipulação, fato! O sexo foi vendido e transformado em padrão, tabu. As qualidades femininas foram então desperdiçadas, por muitas não entenderem que são únicas e pessoais, não um padrão, uma ditadura do corpo, mente e sexualidade. Há uma certa magia, alma feminina, e não robôs meticulosamente iguais vendidos pelos cirurgiões plásticos. Corpo julgado, taxado e transformado em promíscuo, vulgar, feio pela igreja, pela sociedade, pelo capitalismo, pela mídia, mutuamente. Fomos e somos manipuladas por essa corja, segundo eles o símbolo do pecado que desvirtuou a humanidade inteira. Daí vem a repressão, o preconceito, a manipulação e muitas aceitam num comodismo de arrepiar os cabelos. Objeto-mente-corpo-oco.
Nietzche aponta na mulher o questionamento do 'ser mulher', questionando a falsa-moral, deveres da mulher submissa, liberdade, e principalmente a moral imposta. A moral na verdade deve ser criada por cada um(a) baseada na própria verdade, não copiada de 'sei lá quem' por ser um tabú. O filósofo luta por um gênero híbrido, pela igualdade de direitos, pela luta entre as diferenças existentes, pelo direito de tê-las, pela revolução dos valores impostos e o nascimento de uma verdade própria. E ainda aponta nessa instituição do feminino o que deve ser repugnado, tudo aquilo que é manipulado, para que haja enfim uma significativa mudança de valores. Para isso traça uma crítica radical ao ser "humano" e como filósofo que é, questiona! Questiona não só a idéia do homem 'masculino' ou 'feminino' e seus valores duvidosos mas uma possível superação do gênero.
A mulher se torna um personagem marcante para o questionamento da sociedade em geral, já que talvez sua situação a muito tempo seja absurda e repugnante, aquela mulher 'frágil e inferior', é inaceitável e isso torna difícil uma avaliação passiva, compaixão ou bondade com 'o' assunto, é digno de se irritar. Essa pena e caridade perfumada com as mulheres não é justa - com as próprias - ou eficaz. 'É claro que sofre, é o preço da visão, é claro que sente medo, viver significa correr perigo. Torne-se rijo. Você não é uma vaca e eu não sou um apóstulo da ruminação.' - diz ele. Em outras palavras: a verdade dói! Seu dever como filosofo, ser-questionante, é causar náusea, é fragmentar e examinar a reação química que provocará para mudar valores, desconectar a repugnante moral encrostada no ser. Temos a obrigação de ser nós mesmas, o que se é, usar nossas peculiaridades, dons e originalidade. Não fazer da sedução e do corpo objetos, hábito à venda. Defeitos e virtudes são inerentes ao ser, as diferenças são maiores que as imposições, por isso gritam e queimam como fogo.
Nietzche diz que a mulher só vai aprender a odiar depois que parar de encantar e seduzir, quando muitas não mais estiverem satisfeitas dessa comodidade, usando-se como produto de troca. Vemos que Nietzche procura uma saída política para a mulher frágil, doméstica, submissa ao seu 'encanto'. É de uma revolução corporal que precisamos, na qual muitas mulheres não estão dispostas, porque são pobres e carentes na fundamentação do 'único', do 'singular', para superar a domesticação e fragilidade ditada à elas. O ódio, a contestação, o questionamento dessas atitudes, fazem as pessoas pensarem no que são e no que querem ser, formando o individuo assim como ele é. 'Torne-te quem tu és!' diz ele. O ódio poderia acabar com toda a estética plástica, toda a pobreza de espirito, transformando-se num não para moral e manipulação e um sim ao SER: bom ou mal/feio ou bonito, nesse vasto mundo de tantas peculiaridades, ultrapassando gênero, raça, posses, corpo e outras superficialidades... “De nada adianta se esse contato com o outro, com a mulher, por exemplo, se ela é colocada num pedestal de pureza e beleza ou tratada como insignificante.” O gênero não é um limite a ser superado, é uma luta na busca do conjunto para achar sua identidade (mulher ou não).
As mulheres precisam de atenção politica e Nietzche não só deixa escritos significativos para uma mudança política em relação as mulheres como também para a luta por um feminismo microscópico, ressaltando pequenos aspectos importantes para a valorização da mulher: nas relações de poder e troca, e na não domesticação da mulher. Esse ódio em suas obras muitas vezes é acusado de misoginia pelos mais desavisados, superficiais ou por aqueles que infelizmente não entenderam 'bulufas'. No discurso onde Nietzche proclama uma raiva a sociedade, na maioria das vezes feminista, surge então uma leitura vitimizada onde muitas mulheres se sentem subjugadas e inferiorizadas, mas a realidade é clara, por isso há a necessidade de confronto, calar-se seria fácil e covarde.
A mulher não precisa de pena. Deve optar por mudanças e não pelo comodismo. Deve usar a violência de Nietzche para combater esses valores instaurados pelas estratégias de poder, onde existe uma 'norma' para o ser mulher. Deve apontar as mistificações e imposições políticas e sociais. As mulheres devem apontar e gritar para si mesmas quando esse conjunto de aspectos é verificado nos próprios gestos. A mulher não é vitima, não somos máquinas, não somos rótulos, não somos frágeis, somos fortes, só que algumas não sabem disso. Avante! Temos que lutar! A originalidade e a força de cada uma está acima do gênero.

"Todos sangramos no altar secreto dos sacrifícios, todos ardemos e nos assamos em honra dos velhos ídolos.(...) Quebrai, quebrai, meus irmãos, essas velhas tábuas dos devotos! Aniquilai as palavras dos caluniadores do mundo!" Nietzche


Yasmin MM

segunda-feira, julho 27, 2009

Desenvolvimento sustentável


"Em poucas palavras, dizemos que Permacultura é: um sistema de planejamento para a criação de ambientes humanos sustentáveis. Seus princípios teóricos e práticos são uma síntese das práticas agrícolas e conhecimentos tradicionais e das descobertas da ciência moderna visando o desenvolvimento integrado da propriedade.
A Permacultura oferece as ferramentas para o planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes.
Porque tendo como base o planejamento consciente, a Permacultura torna possível, entre outras coisas, a utilização da terra sem desperdício ou poluição, a restauração de paisagens degradadas e o consumo mínimo de energia. Quando a ação do permacultor se volta para áreas agrícolas, o resultado é a reversão de situações dramáticas de degradação sócio-ambiental.
Todo sistema permacultural deve evoluir, com designs arrojados, para a construção de sociedades economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente sensíveis, dotadas de agroecossistemas que sejam produtivos e conservadores de recursos naturais.
A Permacultura exige uma mudança de atitude que consiste basicamente em fazer os seres humanos viver de forma integrada ao meio ambiente, alimentando os ciclos vitais da natureza. Como ciência ambiental, reconhece os próprios limites e por isso nasceu amparada por uma ética fundadora de ações comuns para o bem do sistema Terra.
Os australianos Bill Mollison e David Holmgren, fundadores da Permacultura nos anos 70, buscaram princípios éticos universais surgidos no seio de sociedades indígenas e de tradições
espirituais, que estão orientados na lógica básica do universo de cooperação e solidariedade."
'O conceito de Desenvolvimento Sustentável é, normalmente, definido como o desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração actual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.
Significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais
.'


www.permear.org.br/permacultura

domingo, julho 26, 2009

O bicho

'Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.'


Desdobramentos do capitalismo.
Documentário muito bom de Jorge Furtado que eu assiti na escola, bom para qualquer fase da vida! Abram os olhos! Portando assistam, você aí, amigo imaginário!



1

2

3


'Você tem sede de que?
você tem fome de que?
a gente não quer só comida
a gente quer comida, diversão e arte.
a gente não quer só comida,
a gente quer saída para qualquer parte.
a gente não quer só comida,
a gente quer bebida, diversão, balé.
a gente não quer só comida,
a gente quer a vida como a vida quer.
a gente não quer só comer,
a gente quer comer e quer fazer amor.
a gente não quer só comer,
a gente quer prazer pra aliviar a dor.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer dinheiro e felicidade.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer inteiro e não pela metade.'

quarta-feira, julho 22, 2009

Renascendo...

'Renascimento (ou Renascença) foi um período na história do mundo ocidental com um movimento cultural marcante na Europa, considerado como um marco do final da Idade Média e o início da Idade Moderna. '
"O Iluminismo é a saída do ser humano do estado de não-emancipação em que ele próprio se colocou. Não-emancipação é a incapacidade de fazer uso de sua razão sem recorrer a outros. Tem-se culpa própria na não-emancipação quando ela não advém de falta da razão, mas da falta de decisão e coragem de usar a razão sem as instruções de outrem. Sapere aude! (ouse saber!)"
Minha parte preferida da história, quando o homem resolve sair daquela escuridão da idade média lógico da manipulação da igreja católica, que como boa ditadora de poder não estimulava nenhuma forma de arte ou cultura em geral, apenas: medo, burrice, bitolação repressão e uma religião cheia de interesses próprios para o acúmulo de riquesas, que alguns lunáticos propagam até os dias de hoje.
O Renascimento cultural veio para o renascimento do homem, como próprio nome diz, é o renascimento da cultura, das artes e tecnologia até então dita como coisa do "666" pela igreja. Afinal de contas tudo que informa, é bom, bonito, estimula a massa e da prazer é dito como pecado até os dias de hoje. A humanidade se lembrou da era clássica, lá na Grécia antiga, onde era estimulado a cultura, a arte e a filosofia. Voltando as origens e retirando a sombra que cobriu os olhos do mundo durante anos e anos na Idade Média. Logo levando a tranformaões evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religão. Marcando o ínicio da capitalismo que foi um grande passo em relação ao feudalismo. É uma pena que "nós" paramos por aí! Estacionamos no tempo, lógico aquele velho jogo de interesses de sempre afinal o bicho homem é uma praga. Enfim não conseguimos evoluir do capitalismo para frente, inovando, revolucionando, como o exemplo da renascença. Somos seres desprovidos de evolução, alienados, inertes num mundo sujo de interesses e manipulação.
Veio seguida do Iluminismo ou século das luzes, de um aperfeiçoamento intelectual para lidar com essa "novidade" toda. Novidade já velha essa...
Sintetiza diversas tradições filosóficas, correntes intelectuais, científicas e atitudes religiosas. E claro marcada por transformações importantes como a consolidação de estados-nação, direitos civis, diminuição da influência de instituição hierarquicas como a igreja e a nobreza. Estimulou intelectualmente para a política, logo estouraram Revoluções as quais foram fundamentais para a origem do Mundo Moderno.
Florescendo importantes personalidades, atuais, além do seu tempo como: Newton, Kant, A.Smith, Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, Rousseau, Voltaire, Locke, Montesquieu, Cláudio Manoel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga.
Shakespeare, Dante, Cervantes - ah o maravilhoso Dom Quixote precurssor da loucura, CamõesDa Vinci, Michelângelo, Erasmo de Roterdan, Copérnico, Galileu Galilei, Ah Maquiavél também, o qual não sou muito fã. Dentre outros muitos...

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz, mas defenderei até a morte o direito de você dize-las" Immanuel Kant






Salve a arte, Salve a Revolução e a liberdade de pensamento e expressão! Que sirva de lição para nós, mortais rebeldes inertes num mundo qualquer.

segunda-feira, julho 20, 2009

Do it yourself

'O nosso método é a ação direta, que, desde já, na conquista de pequenos melhoramentos atuais, tende a despertar a iniciativa, o espírito de espontaneidade, a decisão, a coragem, ensinando a massa popular a agir por conta própria, a unir-se e viver em luta. Hoje, mais do que nunca, ação direta. Só um método existe: o colaboracionismo, o reformismo, as eleições com vistas ao poder - numa palavra, ação indireta.'(JOSÉ OITICICA)



Levante
lute
Fale
FAÇA!
Carregue a palavra
e grite-a...em verdades.
Para a mudança,
mundo,
re,
evolução.

sexta-feira, julho 10, 2009

Pela pedagogia libertária


"A pedagogia libertária se caracteriza por realizar uma crítica contudente nas estruturas de controle(e hierárquicas) desenvolvidas na pedagogia tradicional, castradora de potencialidades humanas. A pedagogia livre, é conhecida por estimular toda quebra de relações de dominação estabelecidas no processo pedagógico.
Para aqueles que se interessam por métodos pedagógicos livres. Reatar o pensamento de diversos filósofos e/ou educacionistas que contribuíram diretamente ou não para a formação do pensamento pedagógico libertário e pioneiros na mudança de paradigmas da educação. Tenta também resgatar o passado histórico da educação livre no contexto do movimento operário brasileiro/internacional, na virada do século XX."
Pela liberdade de aprender, pelo exercício de ser, livre. Pela quebra de tabús impostos, dessa moral vã de uma sociedade robótica. Pela criatividade e imaginação que devem ser trabalhadas, pela mudança! Porque como está não dá pra ficar, salve a criação!

quarta-feira, julho 01, 2009

Coisas da coisa numa mesma coisa...

Agora o senhor secretário da saúde(?) algo assim, o caramba a quatro, detalhe para o 'DA SAÚDE' ganha rios por mês e não se da ao trabalho de estudar o que vai fala em rede nacional? Já é demais. Solta a maior pérola no maior tom de seriedade: "Pessoas com PATOLOGIA não devem ir para a argentina". Me dá tique nervoso. Me diga como uma pessoa pode ter patologia???? Sobrenatural!
É meus caros eu enrolei até aqui só para poder criticá-lo sem culpa! Será que é por isso que o povo se revolta querendo ser professor pasquale? ha de ser! Não to querendo posar de intelectual, nem o sou, nem o quero, mas tem coisa que dói na boca do estômago! Agora generalizando acho que o mínimo que se pede é estudar o assunto no o qual você trabalha, o texto que vai discursar e por aí vai...É questão de profissionalismo. ah! Mas olha eu falando de profissionalismo logo de quem? Se não cumprem seu papel, sua profissão, seu trabalho...nem no local de trabalho não vão, vão estudar sobre? Vão ler o discursso? Vão botar a cuca pra funcionar? Que nada!(A maioria)
Deve ser por isso que fazem questão que o povão não tenha educação adequada, para não entender bulufas do que eles falam e ainda achar bonito! É! a educação no Brasil tá precária não é só pra pobre não, pros políticos também! Tão precisando ler mais, estudar sobre o que vão falar, sobre sua profissão, pré-requisitos básicos...
A verdade é que eles nem sabem qual o papel deles na sociedade! kuá! Ao menos podiam tentar dar um exemplo digno para a população, já que já fazem tão pouco, superficialidades...É delicado.
Enfim é epidêmia mundial, pessoas com patologia, haha! a gripe nos revela mais uma vez o quão ignorantes são as pessoas que nos bombardeiam com abóbrinhas na televisão todo dia, nos emburrecendo, nocautiando o cérebro, já tronxo não consegue pensar em nada, criticar, ou diferenciar....nem mesmo digerir informações.
-Patologia: Estudo de patogênias
-Patogênias: Doença própriamente ditas.
-Epidêmia: Graus de virulência de determinada doença por habitante em determinado espaço tempo acima do grau esperado em determinada REGIÂO!
-Pandemia: Graus de virulência de determinada doença por habitante em determinado espaço tempo acima do grau esperado em uma grande REGIÃO geográfica! (Continentes, mundo...)



Enfim, sai da internet, desliga tevê, guarda o livrinho de ficção, conto de fadas e vai estudááááá!!!!! =)

Tenho visto intelectuais demais

Olha,
Eu não sou daqueles chatos de galochas que só abrem a boca para soltar pérolas e pedras preciosas, também não espero que os outros o façam. Aliás eu acho isso um tanto chato, monótono. Eu sou a favor do dom, para abrir poros e não para posar de sabe-tudo.
Certas coisas me soam falsas: Livros decorados, frases prontas...para mostrar, aparecer, por status...E tem até figurino: Óculos emo, palavras categóricas, roupinha da moda, da tribo, ser cool, ser o bom da"galerinha", é a questão do status, "blaze", porque o bom é ser esnobe, ser o melhor, não se mistura, pra ficar por cima da carne seca, tsc! Bobagens de uma geração altamente individualista e competitiva. Deve ser por toda essa repressão, auto-repressão, aí alguns precisam se afirmar para ser. Precisam de aplausos... Seria mais fácil abrir esse encéfalo escamoso e mostrar logo tudo que tem dentro, cuspir na cara dos outros sem cerimônia, pra aparecer, mas pra quem? Sempre me pergunto pra quem querem aparecer? Pra si mesmo? É essa necessidade de afirmação das pessoas, precisam competir, tem de ser os melhores. Na era de quem é mais individualista, quem mais "aparece" nada disso me surpreende! E ainda me pergunto e a troca? contato? as pessoas nos acrescentam...não? principalmente aquelas que nos contrariam, faz a gente pensar! Mas já fazem cara carrancuda se achando donos da verdade e muito para dar ouvidos a pinião alheia. É verdade que a verdade é aquilo que acreditamos, mas ditadura não dá. Tira o cabreto que você ganhou de natal! Então mais uma vez voltamos a era pré-histórica. E a moda, sempre mudando, e a os tolos a seguem, na espreita para saber da nova tendência.
Já eu sou a favor do mistério, afinal de contas por que todo mundo tem que saber sobre as coisas que gosto? o que leio? o que escuto? o que faço? Minha presença continua a ser um tanto marcante, não preciso que batam palmas. Talvez seja o tal mistério..o humor, é esse não pode faltar. Pra que me publicar, já me basta aqui, essa masturbação on-line! Mas eu sei que você aí leitor imaginário não existe. É isso me dá uma certa liberdade. E acima de tudo sou a favor do contato, da troca, mas com quem tem verdadeiramente algo a acrescentar.
Voltando ao assunto...Agora posar de enciclopédia nunca foi da minha índole... Enfim, acho válido expor, compartilhar idéias ainda mais se for pra abrir poros, trocas, fazer o meu papel naquilo que acho que é propagação de idéias. Mas com quem realmente vale a pena, não vou dar murro em ponta de faca, quem não me propõe toca justa que fique com sua "oquidão". Mas tem gente que exagera e leva isso muito a sério. E ainda exigem que você TEM que, Tenho que saber concordâncias mís. Pro espaço! Novas regras da língua mutantes, a toda hora, parece até implicância, não que não seja válida, é sim, mas eu acho que ninguém tem a obrigação de saber tudo! Ainda mais de uma língua tão vasta. Se eu ao menos tivesse querendo passar no vestibular...É! Decorar todas as palavras no dicionário não resolve nada. É importante ter jogo de cintura, saber se expressar bem, deixar transparecer, fazer o melhor que você pode. O resto é resto! Minuciosos acentos muito bem colocados, pontuados, na minha opinião de nada vale se não houver conteúdo. Ora, me poupe! Minha língua é de flexões e antes de mais tati-bitati, sou antes de tudo isso a favor da criação e da liberdade. Que ser muito bem pontuado de nada vale se você não cria, não inventa, tem de ter um pouco de devaneio nisso tudo...Talvez eu seja poeta demais para compactuar com essa racionalidade muitas vezes estúpida e desnecessária. Afinal de contas sou amadora e não profissional, nesse caso, faço arte, a qual não tem regras, sou d eum dadaísmo próprio, não é questão de niilismo não, é entrar em contato, é beleza bruta, quente, falo com sentimento, não com frieza. Sou libertária.
Hoje em dia todo mundo quer ser melhor em algo, nem que seja o melhor plantador de batatas! Se expor aos porcos, por aplausos, status ou o que for não é do meu feitio. Pérolas e mais pérolas...aos porcos, vãs. Não me bastam, em tudo nessa vida a de ter um quê de arte, que é aonde não há regras, é liberdade, de expressão, de criação!

sexta-feira, junho 26, 2009

it's just a tango




It's over.
You can bet in mid-october
I will still be ranting 'bout early may.
Yeah she's a winner.
She's a goddamn sinner.
While she dines
I'm on the wrong side of the day.
And I said,
"I don't understand why I'm fumbling after"
You're the reason
I cannot forget this season
or the letter when she first referred to 8.
(you're the reason
I cannot forget this season
or the lesson how an ape shall not kill ape)
It's all calypso.
(but it's not easy to know)
you walk around
with your shoulders down frowning
(but it's not easy to know)
it's just a tango
(but it's not easy to know)
I walk around with my horns out now
I'm going under.
you can't trust a man who's a governor
you can't trust a man with a gun at all
how can you heal if you don't ease back the blame.
Knowing you're right, won't you heal?

you can't trust me at all

quinta-feira, junho 25, 2009

Coisa em si - Satélite


Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baçaPaira
Muito cosmograficamente
Satélite.

Desmetaforizada,
Desmitificada,
Despojada do velho segredo de melancolia,
Não é agora o golfão de cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão-somente
Satélite.

Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas,
Sem show para as disponibilidades sentimentais!

Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si,
- Satélite.

Metade.


"Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma resposta
mesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também."

quinta-feira, junho 18, 2009

...carta às minhas incuráveis libertinagens...

...é essa imprevisível vertigem, êfemera...de tão intensa me arranca suspiros, cora-me a face, de vez em vez líquida em lágrimas a me trair.
é esse músculo cardíaco, involuntário, insensato a pulsar num quase-desmaiar, denunciando esse peculiar brilho nos olhos. Que brota sem cerimônia.
Talvez seja esse infinito astro solar a compor cores "florescentes" no meu mundo, azul cândido, de ridicula ingenuidade logo de gosto, íntimo deleite.
Talvez seja o tal satélite, ser fêmeo, que sem hesitar a meia-noite me arde, arrepiando-me a pele. Me tirando a razão, decretando que antes de qualquer coisa deve-se atender as volúpias do desejo, sem demora. Entregar-se ao tato de toque macio e ritmado, poesia de musicalidade. Libertando o corpo, na sua liberdade de ser corpo, que dança, em tons surreais, libertação da alma, êxtase, grito.
Talvez seja explodir de tanto ar, de tal azul celeste celestial.
Talvez seja esse ser marinho, de tanto mistério, de tal imensidão cálida, que me deixa perplexa ao fitar o vai-e-vem, denunciando a natureza crua. Que leva embora essa maldade, de tal pudor sujo.
É ouvir as ondas baterem, não precisar dizer. É decifrar olhares de profundidade "marítima". É estar completo diante de tal imensidão, com pézinhos enterrados na areia regados a água e sal. É ser esse ser sereia, descobrir as incógnitas, pérolas - beleza original, o pecado puro, a pele a desejar...e o depois é chorar a soluçar numa pedra dura, salgar águas de baixas marés, na melancolia poética do sofrer por tais conquistas, nulas...sereia serena, mente desvairada. Sem dissimulação ou castidade, apenas essa liberdade que pulsa, liberdade de amar.
É ser esse ser parido pelo mundo, criado na terra de libertários hábitos maritmos. É ser. É beber o infinito num gole só, e essa vida na pele a roçar, a rager, a doer.
Desejos cálidos, sussurados no ouvido. E a liberdade de realizá-los. E que se cale o depois!

quarta-feira, junho 17, 2009

...o seu amor...

O seu amor
Ame-o e deixe-o livre
para amar
Livre para amar
O seu amor
Ame-o e deixe-o ir
aonde quiser
Ir aonde quiser
O seu amor
Ame-o e deixe-o
brincar
Ame-o e deixe-o
correr
Ame-o e deixe-o
cansar
Ame-o e deixe-o
dormir em paz
O seu amor
Ame-o e deixe-o
ser o que ele é
Ser o que ele é. (G.G.)

terça-feira, junho 16, 2009

às erupções do desejo.

...porque com você não é só amor,
é cheiro
é tato
é pele
é química
é fogo
é gosto
é pecado, bom de pecar.
é forte
é sexo,
e sexo é bicho,
e é gente,
é a gente,
e só..
suspensos no tempo...
na cumplicidade de segundos
em compasso ritmado.
lá onde só há nós,
no infinito de nós dois.
é disso que eu gosto,
dessa intensidade.
porque você é assim,
desejo forte,
e eu gosto
eu gozo...
e que se cale o depois!

sexta-feira, junho 12, 2009

quinta-feira, junho 11, 2009

Meu Soneto

Em atitudes e em ritmos fleugmáticos
Erguendo as mãos em gestos recolhidos
Todos brocados fúlgidos, hieráticos
Em ti andam bailando os meus sentidos…
E os meus olhos serenos,
enigmáticos
Meninos que na estrada andam perdidos
Dolorosos, tristíssimos, extáticos
São letras de poemas nunca lidos…
As magnólias abertas dos meus
dedos
São mistérios, são filtros, são enredos
Que pecados d´amor trazem de rastros…
E a minha boca, a rútila
manhã
Na Via Láctea, lírica, pagã
A rir desfolha as pétalas dos astros!…

Soneto de Florbela

terça-feira, junho 09, 2009

fêmea, demasiada fêmea

Carregada de mim, vou ao fundo, no meu desejo de correr mundo, onde as pegadas são aquilo que quis dizer, palavras que calei e palavras que gritei. Acendo o fogo desse eu catatonico. Esquizofrenia minha, percorrendo espaços, incompreensíveis. Me afogo em correntezas insensatas carregadas de falta de sentido. Sem propósito, apenas dentro.
É sentir esse fogo de ser mulher, ser aquilo que quero, que arde. Repertórios meus, só meus...Traços e mais traços fortes de minhas obras. Tirando de si essa doentia sindrome doméstica. É despertar e quebrar as correntes que me prendem. É despertar de meus gritos naturalmente femininos, benditos sejam meus gemidos, minha audácia.
Calos nas mãos não são de quem tateia com suavidade, mas de quem gira e contorce, é gosto forte. E a todo tempo esse gosto forte: da terra natal, da ascendencia robusta, de lutas. Meus passos carregados de mim decifram o mundo, impetuoso, que me devora. Não por acaso, estarei nesse lugar nenhum, nesse todo em tudo. Mundo a fora que me espera a fitar meus olhos com sua intensidade e brilho no olhar.
De Kahlo que tiro os tons, de Hilst a ousadia de minhas perverssões, de anais nin a força da revolução, de Florbela e Clarice doces e tortuosas palavras. Mulheres de violenta presença, soprando vida, arte em palavras sussuradas em meu ouvido.
Sou todas e mais suas lágrimas densas, sou a madrugada de voluptuosidade, que arde. A solidão no meio dos outros. Sou fogo. Sou líquida. Lamentos, desejos, falta de sentido nessa minha insensatez desvairada. Sou menos quando não sou líquida!
Sou todas mais o caminho que sigo, perplexa, segundos pairando nas dimenssões do tempo.
Sou tormento em versos, perversos. Híbrido ser fêmeo, sem gênero. Minha força pulsa em mim, só não sei se está nos seios, no olhar ou na ponta do nariz.

sexta-feira, junho 05, 2009

Fragmentos do ser.

Antes de mais nada, é dada a liberdade de se entregar as volúpias do desejo, sem mais receios ou pudores.
É dado como sistemáicamente trivial tudo aquilo que se perpetua no tempo de forma linear, mesmo antes de suscitar a idéia de 'matéria-caos' da qual somos compostos, pois no princípio, antes de qualquer florescimento, vem o mais alto grau de putrefação.
Por último o que corrói. Que faz suportar...nada mais é que uma esperança sem ponto final que nos ampara e fortifica.


Porque as certezas vem de minhas incertezas exatas de um compasso continuamente desvairado. A indecisão não é o sujeito, é o fruto proibido de decisões inexatas. Como pode? num mundo frenético de acontecimentos sinuosos, desarticulados...de mudanças bruscas, quereres intensos. As volúpias são desejos violentos. Nesse todo, de outra dimensão do tempo, sem tempo, onde nada pode ser conservado, onde tudo passa e não há escolha. Decisão não é um instante, nem uma escolha, mas pode vir a ser, num tropeço onde se cai no abismo do mundo, sem receios. Onde se faz do desequilibrio o ponto de equilibrio.
E nessa coisa toda entranhada, num emaranhado de nada, somente conquistas vãs, não há como ser privilégio de um, não é a questão, porque de um por um...passam...tudo e todos. A troca se faz necessária, é o silêncio do olhar, troca de gosto, momentos pairando no tempo, conversas aleatórias, tudo, tudo isso faz parte e tem de ser, tem de passar para dar lugar ao novo. O dinâmismo daquilo que se é. As intimidades não cabem num lugar comum, não bastam nelas mesmas, são desarticuladas e livres num mundo de querer, de buscar em cada tato, em cada brilho no olhar, em cada sorriso que passa por nosso mundo... E ainda pode muito mais. Haja criação para se inventar, pintando tantos eus comportados de si para si e para o mundo.
É preciso veias e artérias de sangue quente para irrigar a alma. É preciso estar mergulhado em atômos, íntimos.
É questão de arte e não niilismo apenas. Hipocondria inventada por minhas catástrofes de caos contínuo.
Controlo a velocidade com a respiração, muitas vezes há descompasso, desvairado e é aí que está o ponto...da questão. É quando recupero o ar. A razão totalmente irracional. Aquela que faz mergulhar no mundo do ser, que aqui grito sem medo.
Basta? Basta, sim.

quinta-feira, junho 04, 2009

.



i'm a vindictive little bitch...truth be told!!!!

quarta-feira, junho 03, 2009

no memories anymore.

(dont wake up, let the sounds soothe you)
faceless photographs and no recollection
a year lost in time, there is no explanation
two strangers on a subway, smiling, we never kenw
the sunset over the Atlantic reminds me of a day
I spent in the arms of a sillhouette
theres something wrong here
you look so familiar,
you look so familiar
but looks can be so decieveing,
here i ami'm leaving again
we can try to pretend like we dont remember,
but we dont remember, strangers once again
we smiled so politely and shook our hands goodbye, goodbye
you look so familiar, you look so familiar......
how could you do this (erase everything)
how could you do this (just walk away)
how could you do this (i dont even know you)
how could you do this (you could have explained it)
how could you do this (you erased everything)......
i thought i could love you, hold you and thank you for being the one......
what happened? i woke up in the same bed, same clothes but something is missing,
my love, my life, my memory, what happened last night?
who was i with? what happened?
you looked so familiar, you looked so familiar







[porque assisti um dia desses pela milionésima vez.
porque é lindo.
porque faz todo o sentido pra mim.
porque charles fez esse filme pra
mim. i'm the tangerine...just juicy'n seedless.
porque todo mundo tem que
passar por isso, pelo menos uma vez na vida.
porque eu passei.
i erased everything.

how could i do this (i dont even know you)
just no memories
anymore.]

segunda-feira, junho 01, 2009

just a player


é como se o que foi dito viesse a ser mera inutilidade.
é como se tudo se tornasse contraditório. um jogo, de palavras.
porque na hora em que os lábios se calam...vou a procura de qualquer palavra, qualquer coisa, de dentro, que em vão no mundo se perca.
é como se equilibrar numa corda bamba, o equilibrio é sempre algo revelador, como os aplausos, contraditórios. inertes, debatendo-se no que quer que encontrem pela frente, ondas mecânicas em confronto.
Como saber? se a todo segundo tudo muda, numa metarmofose frenética do tempo.
as verdades continuam a ser histórias, íntimas, que dilaceram
é como jogar um jogo, eu aposto minhas cartas, às vezes ganho outras perco. mas a conquista é sempre deliciosa seja ela: líquida em lágrimas ou uma deliciosa gargalhada.
é como supreender com as cartas que se tem na manga, portanto tenha-as.
é como ser uma jogadora, aprendendo a jogar e como aprendo com o "eu", é tatear.
é como querer, por querer, isso que arde. é ser inflamável.
é como ser jogadora, aprendendo a jogar no jogo sujo do mundo.
é como ser, não é questão, é a resposta.
no fim vira-se um copo quente, acende-se um cigarro e leva-se todas as cartas da mesa.
sempre aprendendo a jogar, a perder e a ganhar.