quinta-feira, maio 28, 2009

...a masturbação que antecede o gozo...

...é essa minha vonta de verborrear, minha auto-biografia, pervertida, anti-púdica...
é essa masturbação contínua, antecedendo o orgasmo, prazer da palavra. às vezes se sabe, outras decifra-se, ou é só por essa necessidade de rimar sem rima. então, que venham verbos, sem pontuação, sem pudores, sem regras ou tabus, sem sintaxe, palavras inventadas enquanto se pinta um eu, jogadas no ar, espalhadas ao vento, pairando entre as dimensões do tempo, segudos num tic e tac.
quando publicamos é por ego e quando não...também!
então meu diário modelo, sem chave. adaptado a esse caos íntimo e contínuo, que chamo de mundo, e que começa dentro.
porque é a minha e só minha, egotrip. na qual não canso de falar, contar histórias de si para si, sobre esse eu, comportado de vários, sentidos.


sou o que sou e não disfarço

sexta-feira, maio 22, 2009

...P.a.l.a.v.r.a.s. ao vento...

p.a.l.a.v.r.a.s, fortes, desarticuladas, dispersas nas dimensões do tempo, nas moléculas do ar.
palavras expelidas, sujas, vomitadas, violentas, gritadas ao mundo, derrapando boca a fora.
p.a.l.a.v.r.a.s. de cheiro e gosto bom, amantes, ternas, zelosas, palavras em flor, cantadas, ritmadas, lá onde não há: matéria, sentido, distâncias, porquês, é coisa na coisa, de si para si. palavras pra sentir, pra ser, pra lembrar. palavras de delícias, de gosto doce, cheirando a jasmin.
p.a.l.a.v.r.a.s. que dizem tudo e nada. o que é o tudo? é oco. palavras que sentem apenas, de nada sabem, pois sabem demais.
palavra é aquilo tudo, é o mundo, girando, numa rotação desenfreada, insensata, espalhando pedaços de si entre constelações, cometas, sóis, néon, incandescentes.
é o mundo parado em queda-livre, no espaço, sentindo o vento bater.
palavra é brincadeira de criança, é riso, é lágrima.
palavra fere ou acarinha, é língua, é boca, é espírito livre de alma densa.
palavra não tem razão, apenas é, palavra de gente, gente viva, de repertórios, de si,
de devaneios meus...apenas m.e.u.s.
p.a.l.a.v.r.a.s que esbarram em minhas caixas crânianas, hospicío, debatendo-se porque querem voar, eu quero mais é que voem!
p.a.l.a.v.r.a. sou eu refletida no espelho a fitar meus olhos, a expressão que só eu sei o que quer dizer, em sussurros me conta aquilo que sou.
...o olhar ainda é o mesmo....
intenso, efêmero, esquizofrenico, nú, peculiar, gritante. não há quem olhe e não veja.
p.a.l.a.v.r.a. é o momento preso num segundo perdido no espaço. é alimentar-me de mim e de tantos eus aqui comportados num só brilho ocular.


.a palavra é meu domínio sobre o mundo. nunca vã. sempre poesia.

quinta-feira, maio 14, 2009

Pela liberdade de.....

Pela liberdade de ser corpo, em movimento, o movimento abstrato do gesto. Pela liberdade de ter um corpo que dança, em repertórios meus, em movimentos nús, precisos, ardendo em mim por liberdade de ter...corpo. Curva no espaço limitando a carne, numa delicada camada de epitélio.
Pela liberdade de ser dança, em movimentos lúdicos, abstratos. Por não ser discreta ou comum.
Pela liberdade de derrapar entre curvas, girar, até mesmo cair, depois levantar para girar novamente. Criando esboços do eu, experimentando tons, desenhando formas variadas, flexíveis, novas. Com direito a devoluções, ampliações e até mesmo contradições...
Pela liberdade de criar o eu, a vontade. Forte porém frágil, livre para permirtir-se ser qualquer coisa que queira. Mutações estampando criações. Sem denominações ou rótulos. Indecisa e Eternamente Sagitária, de tons estrelares.
Pela liberdade de ser nômade, correndo mundo e seus perigos. Livre, leve e solta. Desarticulada, no meu mundo perverso, pois só assim sou eu, só assim me faz bem. Indizível, Inexplicável, Abstrata, contínua.................. Inerte em meu surrealismo, repertório de minhas quimeras.
Pela liberdade
de
ser.

segunda-feira, maio 11, 2009

Hipocondria literária

Talvez seja por ser desvairada, hipocondríaca, vítima de histeria e esquizofrenia crônica, esse meu vício a corroer os ossos... Talvez seja essa 'egotrip' acelerada de sensações, essa necessidade de extravasar, escarrar esse emaranhado de ser, verbos ritmados num compasso, pervertidos, anti-púdicos, sem moderação, nos meus tons livres, gritados aos quatro ventos, minha depravação auto-biográfica cresce em mim....É o meu elo comigo, com meus ideais ardendo em brasa, projetando nesse meu autismo opcional minhas quimeras de realidade sólida, perfeição criativa, arte do eu em letras dinâmicas....Talvez seja por ser esse melodrama, de todas as vezes que me fiz sensível, líquida...na minha intensidade sagitária...Talvez seja estar um pouco cansada, essa vertigem, esse desmaio que não acontece sempre dolorosamente delicioso, por se ver com nitidez, por saber que a vida corre rude e escarlate dentre minhas veias....Talvez seja essa coléra, vinho quente que sobe a boca, talvez seja essa coléra em mim

quinta-feira, maio 07, 2009

Haverá paradeiro?

Sou matéria prima da minha obra, a mudança em mim é uma constante contínua, cresce em mim...Sempre experimentando os melhores tons para aprimorar a minha arte. o meu eu.
É inquestionável minha insconstância, essa mania de "borboletar". E quem irá compreender? Meus passos sutilmente indelicados.
São tantos corpos compostos por mim, estados êfemos da matéria, traços abstratos esboçados num fundo branco. E pra que falar de si? dissolve-se a cada passo. É o caos interno que dá luz a estrelas reluzentes. É o calor anti-pudico despertando devaneios. Meus doce devaneios..
Existem ainda alguns detalhes sórdidos e confesso que direi sem pudor após gulosas doses de vodka ao velho estilo "cowboy". Sem garantia de devolução. Tem de um tudo daquele emaranhado entranhado para todo sempre no interior da inconsciência dançante, um dejavú.
No meu compasso desvairado caminho com certeza apenas das incertezas exatas. Compasso esse dançante, minha pura expressão do abstrato, transbordando, indiscreta. Haverá paradeiro?
"...E ela não passava de uma menina, inconstante e borboleta..."


terça-feira, maio 05, 2009

...ah!...essa infinita incógnita...incógnita lunar.
incógnita do ser...ser eu...esquizofrenica, desvairada
é toda essa incógnita errante de ser..........errar? não necessito de julgamentos teus...
....eu sou por ser...me basta!
é essa sede de estrelas
asas pra voar
pintando seus passos, traços esboçados de obras minhas....

domingo, maio 03, 2009

Para não dizer que não falei das flores...

...e o toque que arde sobre a pele nos revela o que o tato quer, a embreaguês espessa que nos sobe a face levando a sensibilidades ressonantes, olhares silenciosos, toques vigorosos, corpos tangentes... Esvaindo-me em querer me rendo ao mundo abstrato de sentimentos efêmeros, de pele, sentido intenso, de fogo percorrendo veias, artérias e capilares.
Embaraço de possibilidades de conquistas nulas, doces e íntimas. Sou reagente, sou química de sinapses aceleradas, serotonina excessiva, meu produto é querer e o catalisador: o calor, meu termómetro. Pequenas doses e moderação me deixam morna. Difícil descrever, fácil decifrar.
Quero que saibas que minhas desventuras acabam no momento em que penso no prazer, fruto proibido que me alimenta. Me dissolvo em tentativas, líquida em lamentos obsessivos por coisas vãs que preenchem-me de conquistas de nada. Minhas incógnitas adestradas pela nudez de suas palavras cálidas. É por querer, querer teu corpo quente no silêncio de nós dois. No silêncio evidente, que se ouve aquilo que calou. Maré alta em noite de luar. É preciso sentido aguçado.
Não vou calar meu desejo de perpetuar-te em nós. Por quê? Mesmo que encarcerada de ti ou de tanto eu, acredito na verdade de nossas noites libertinas de raro sabor, de segundos cortantes que correm infinitamente. Que parem de correr! Me deixem inerte na hermeticidade do seu leito, no calor do seu corpo, alimentada de ti, de nossos sólidos encontros silenciosos, libertários por despertarem o que há de mais íntimo, o eu.
Derrapando entre curvas, nos perdemos e nos reencontramos em infinitos espaços de nós dois.