terça-feira, abril 28, 2009

Bittersweet


É preciso degustar antes de engolir. a cada pontuação percebe-se o gosto. o mesmo gosto, compostos de mesma natureza, compostos isomeros de estruturas textuais. misturando uma coisa noutra. a função de desexplicar explica muita coisa. então não preciso mais entender. não superficialmente.
Ao engolir palavras muitas vezes tenho indigestão. meus movimentos peristálticos involuntários e audazes de natureza me fazem vomitar cada ponto. a necessidade de falar dilacera. grito. é aí que ninguém escuta. não escuta. não entende. nem quer. me dou a medida do silêncio em meus papeizinhos rabiscados.
Momentos em que também não quero ouvir ninguém. muito menos entender por já ter me esgotado demais em rodeios. meros devaneios. me calo então. que calem-se todos. porque não é preciso falar para prever. para saber. são palavras diferentes que querem dizer a mesma coisa. verdades íntimas são inflexíveis. prefiro preservar a minha saliva ao gasta-la em vão. me basta que fale de si para si.
Vomito verdades. o hoje após o ontem. sujos. em letras desarticuladas. cada um que organize-as como quiser. entenda o que quiser. pouco importa.
Palavras são palavras. você escolhe o gosto. Doce ou Amargo! Qual vai ser? eu prefiro as com gosto de flor, quando pulam boca a fora perfumam o ambiente, corações, sorrisos e lágrimas...

domingo, abril 26, 2009

Time is on my side

Como são doces as palavras que calei para que não as perdesse em vão, ficam guardadas pairando em outra dimensão, entre os segundos do tempo. Como são fortes e robustas as que gritei, tons de certezas, minhas, verdades. E o tempo é toda aquela história contada entre-linhas, desarticulado, eu quero mais é que seja.
As palavras se encontram, os segundos se cruzam, milhões de sinapses nervosas, sonhos, olhares, caminhos que se cruzam. O mundo é uma caixinha de surpresas.
Minha história da menina que virou mulher ou da mulher que não esqueceu de ser menina, não esqueceu de ser. O espelho, minha água viva, reflete o que eu quero ver(ser). Somos do tamanho daquilo que queremos, que sonhamos...O tombo depende da altura escalada. Qual altura você escolhe? A mais alta possível, que me arde, que me faz sentir viva. Escolha a altura do seu tombo e não esqueça de deleitar-se ao sentir o vento bater.
Minhas poesias, ânsias, horas, delícias, rimas que eu gosto de rimar.





Ando inspirada, ou me inspirando em quem é bom pra se inspirar...viva o dom de aprender a acrescentar o melhor que posso do mundo em mim, todos os dias!

sexta-feira, abril 24, 2009

ensaio sobre o tempo


A eternidade está nas constelações, que nos levam a uma viagem esplendorosa pelo tempo...estrelas cadentes através de segundos silênciosos, de ponteiros rápidos. É como dormir acordado, é como sonhar...sonhar banhada a ventos noturnos de verão, deixar o peso fluir corpo a fora a sombra de uma macieira, olhar as nuvens em formas e cores correndo no fundo azul. É como despertar e descobrir o mundo em sua plenitude. Estar em si adormecido, movendo-se como brisa, música... A eternidade se dá em um segundo.






tic...tac!

quarta-feira, abril 22, 2009

ensaio sobre...sobre

Sempre preferi a loucura e suas interrogações, minhas perguntas sem respostas, mesmo quando respondidas vêm seguidas de profundas desexplicações...
Nasci do contra porque quero mesmo, matemáticamente incorreta, inexata. Nasci para sentir a vida em sua essência de gosto.
Eu gosto do que não faz sentido, em ressonância, o que me arde, desperta, o novo em cores fortes, a loucura escarrada, explícita.
O tempo não corre a favor, abstrato, contínuo, eu nado contra a corrente "só pra exercitar".
Sempre a loucura, personagem indispensável em mim, de vez em quando espectadora crítica. Dela não se tem explicação, não se precisa nem se pode saber, é por isso que é, é por isso que eu quero, porque não há certeza empírica que baste absolutamente, é tudo uma suposição, uma invenção, uma poesia própria, ontologia que não cabe apenas em mim e parece que me cresce.....
Tudo suponho que psicologicamente. Invente a sua loucura, seu verso, que cura!

terça-feira, abril 14, 2009

ensaio sobre: versos




Versos?
Quem sou eu para recitar versos...
versos são teus olhos a fitar os meus
verso é tua boca naquela noite de luar
versos são seus gestos, doces
verso é seu toque suave
versos!
quantos versos....
quando meu corpo encontra o seu num só verso
melodia e versos...









Querem mais versos? Que sejam versos o que declama sem sair da sua boca sequer uma palavra, não há palavras, só olhar, pura expressão do que somos.
Declamamos versos, sob estrelas, foi aí que declarei - gritando, no meu palco silêncioso, o amor com tom de versos que você despertou em mim. Que doa! o que são versos sem doer?...sentir! Nesse nosso mundo de pura rima não me importa o que se passa do lado de fora, os versos são íntimos! E que doa...porque dor é vida. Então que doa a quem doer, eu quero mais é que doa!
Foi o seu sorriso que me cativou, o olhar, a noite - fruto de todos os pecados...Foi a risada, a palavra, troca! Versos químicos! Só você se deita no meu leito e é aí que não precisamos falar nada porque já estamos completos em contemplar.
É involuntário...não há o que se permitir, apenas é, ilimitado. Por isso o zelo por seus sorrisos, versos! Não há definição, não há palavra que defina, explique... Então multiplique versos! Que não cabem aqui dentro, transbordam, reproduzem-se,versos!
Versos que esta madrugada me traz...
Verso é: eu e você,
sem destino,
capotando entre curvas.
Que tal versos?
sem medo...
apenas,
Versos,
meus
para você!
teamo!
margarita.love

sábado, abril 04, 2009

ensaio sobre o silêncio


....e a cada vão momento,
um gole pra sentir,
falar,
até mesmo gritar
palavras escritas nos meus papéizinhos,
íntimos,
que apenas me dão a maldita medida do silêncio.
...que grite esse silêncio
que a chuva rude torna sensível,
com o pingar de gotas frias...



(sou uma filosofa com um copo cheio na mão e fumaça que flui)