sexta-feira, janeiro 22, 2010

Ensaio sobre o silêncio (2)

Entre o papel em branco e meus devaneios há o vazio, aquilo que calo por querer dizer...
As palavras bailam no horizonte desafiadoras: dignas de melodias e musicalidade, esboçadas pelo acaso e minha insensatez, lá onde não posso tocá-las apenas senti-las, em frenesi pulsando, densas. Brotam naturalmente num movimento espontâneo, numa inspiração qualquer.
Seriam fruto de minhas quimeras contraditórias, inconscientes e irresponsáveis?
Sussurros ao pé do ouvido, parto estrelar, brilho, eterna busca  por respostas e suas incógnitas, de gosto. Ou apenas palavras que aliviam, saciam...Fragmentos de afetos, delírios, sentimento, paixões arrebatadoras, perpetuando o eu, denso, num rastro cortante...

terça-feira, janeiro 19, 2010

"Pois se em vida é um calado, por que havia de escrever falando? Os calados só dizem o que precisam; e isso impede os outros de ouvirem? Trata-se de pessoa silenciosa; daí­ o ar hermético."

quarta-feira, janeiro 13, 2010

2:20 am

Quantos cigarros acendi para tentar esquecer tua ausência?
Pulsas em mim a cada vão momento, a cada lembrança presente, a cada trago desesperado que desperdicei, me sujando por ti, apenas para anestesiar a ausência dos seus traços, do calor do seu corpo e daquele sorriso doce, secreto, que você tem apenas para mim. Saudade é mesmo como fome, já dizia lispector em nossas longas conversas, por mais que se tenha...nunca é o suficiente...sou insaciável de toques, olhares, sussurros, pecado encarnado em mim.
Quero desprender-me, flutuar na fluidez das trivialidades, percorrer caminhos desconhecidos, aproveitar o Sol de verão tangendo as flores no quintal, observar as núvens de algodão movimentarem-se no fundo azul, ouvir a chuva cair, degustar o canto matinal dos passarinhos...mas nada é belo sem sua presença persistente, quero, desejo, a todo segundo. Deixo transparecer no silêncio de minhas palavras, me contentando com o lamento dos meus papeizinhos, revivendo os momentos únicos que escorreram imperceptíveis, revendo nossas fotos úmidas, mofadas pelas horas, num suspiro...O tempo é mesmo impronunciável, que perpetue nossos momentos pela eternidade, vagando pelos segundos, para que sempre que quisermos possamos reviver os melhores momentos, as melhores lembranças, nossos, detalhes.
Somos repertório nosso, melodia doce, calor, desejo, propagando o que nos é comum, inertes, entre notas musicais...

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Para: Flor, bela

 O tempo, em segundos ritmados, abre caminho para o infinito, o qual trilho numa leveza quase que flutuante, pulsando numa dança qualquer, química, entrelaçando o calor e a serenidade, o momento e a eternidade, conduzindo-me pelos caminhos sinuosos do infinito...
Depois de me apoderar do caos, bailando nos segundos perdidos, inexatos, tomada pelo impulso inconsequente, pude entender a melodia, minha. Depois de transbordar em tempestades, ventanias soltas, a calmaria revela o sentido sincero e o querer explícito. Não tenho medo de choques, porque é deles que surgem os astros luminosos, porém não esquecerei meu eu demasiado humano, vaidoso, errante, repleto de adornos que escondam suas falhas.
Sou de uma audácia sem pudor, uma menina desaforada de impulsos cortantes. Sei lá quem sou, mais um mal, mais uma pecadora, prefiro ser. Insensatez, confronto de pensamentos, infinita no mundo, como tu, Flor da qual o aroma tenho memorizado, me inspirando, me levando a caminhos do sentir, sem sentido, do querer...sei lá o que...
Mulher, arisca, sussurrando em meu ouvido suas deixas, de linhas sinuosas, bifurcadas, emaranhado que me inspira, que não quero entender, eu posso sentir ao palpar suas palavras de cheiro doce, na sinestesia dos sentidos, doce como tu, Flor, fogo e sensualidade que encanta, Bela, faz das tuas letras melodia incomum, o conjunto de minúcias incomodas, explícitas.
A vida enche de furacões nossos doces devaneios, voluptuosos desejos, e tu sabes como ninguém excede-los sem limite no teu eterno propagar...Meus olhos úmidos ao ler-te denunciam o brilho, teu. Me tocas como ninguém, me fodes, em êfemeras sensações, tangendo lentamente até o momento que me entrego, por completo, me perco em ti. Sinto cheiro de Flor, bela, inconfundivel, de seus verbos, adornos para seus verso,s me tornando tua, me inspirando...
Mulher-furacão de olhar intenso deixando teus rastros de vida entranhados em mim, pulsando, devorando-me como ninguém para meu contentamento.



"Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte,
estranho e duro,
Que dissesse a chorar isto que sinto!"

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Ensaio sobre versos (2)

Eu amo teu gosto, cheiro, tato...
Mesmo com toda minha insensatez, sim essa explícita no olhar e na ponta do meu nariz, não! não é contraditório dizer: 'Te amo!', pois o meu excesso é você,  pulsando em sinapses ultravelozes e compassos íntimos e ritmados. Devaneios proporcionados por ti, por ter esse olhar que me engolhe, esse toque que me faz tão tua, tão fêmea, que me faz arder, sedenta de ti, de tanto desejar-te, de tanto amar-te...nesse emaranhado infinito de nós dois. Te amo no gozo indecente do teu toque, no teu sorriso de malícias e boca de beijo ímpar, delicioso. Como poderia sair ilesa? com tamanha intensidade de querer que permanece em mim e de tanto dói.
A posse revela carências, o silêncio dilacera e o pensamento pulsa. Teu olhar afaga denunciando tuas palavras silenciosas, nesse amor desastrado não precisamos de adornos, porque apenas somos...de uma complexidade simples, devaneios crônicos, riso solto, fogo explícito...
É preciso ser poeta para dizer-te...abismos causando-me arrepios e expressivo frio na barriga. Portanto saiba que desejo perpertuar-te em mim, em nós, no nosso dinamismo do prosseguir, moldar, não na constância de rotineiras permanencias, não cabe, nem combina com nossas estripulias, livres, libertárias..Como nas noites embreagantes de verão, em danças flertantes, olhares profundos e toques tangentes, onde o amor arde, transborda, cresce...
Te amo em detalhes, simples, nossos.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

viva o novo!



O novo começo que nos faz continuar, 
que não nos deixa desistir, 
acreditando que daqui pra frente tudo será melhor, 
diferente e inusitado.