quinta-feira, agosto 20, 2009

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...e hoje eu sou essa enorme interrogação, encarnada na minha face. Isso que se sabe sem saber, que se segue a passos tontos nessa reta sinuosa que se chama 'caminho'. Aquele, o meu...
Essa maldita interrogação, essa vontade que não sei de onde, porque ou de que. É abrir a geladeira e fitar aquelas cores como quem descobre algum mistério ou estática admirar a pirueta suave de uma bailarina. Muitas vezes preciso de algo para despertar dessa inércia, me preenchendo de uma forma ou de outra. Sonhar alto é acordar de mãos vazias e sentir o vento que precede o tombo. Muitas vezes dói, outras nem tanto, contudo sempre vem a mudança nas noites de lua crescente, que me trazem o novo, é quando sei que nunca mais retornarei ao tamanho original. Portanto decidi sonhar por mais que doa saber, afinal é melhor do que esse 'nada repleto de nada', de uma maneira ou de outra as conquistas serão vãs, nulas, ouro para tolos. Porque ser é antes de tudo, tudo isso, encrostado, emaranhado no âmago.
Quero dizer justamente aquilo que sufoca, expressar o inexpressável, CRIAR, explicar a desexplicação daqueles poetas compostos dessa química orgânica, de átomos cardíacos, fonte inspiração, fonte de crescimento. No fundo é qualquer coisa que toque, ao alcance das mãos, dos olhos, da boca, para poder sentir, degustar, lentamente. Então se desabrocha, se encontra...Nisso tudo me inspiro em personalidades marcantes como a minha, de lágrimas e tortuosas palavras carregadas de verdade. Desde que toque! E para cada toque é um tato. Então cada um que pinte a pinceladas carregadas de voracidade e vontades a sua obra, o seu próprio e único eu. Nisso tudo sou algo que construi no meu caminho percorrido, sou esse tanto emaranhado, cheio de conquistas, de perdas....
Pensar é para poucos! Esse brilho nos olhos é testemunha da minha arte, de admirar-me com esse Tudo. Me perco no meio desse 'tudo', escrever talvez seja minha maneira de organizar essa desorganização pronfunda e enfim entender um pouco daquilo que não faz sentido algum, que eu quero é que não faça! Pra que sentido? se aí não se sente nada...Essa minha dialética de divagações é mais palpável para mim. O que faz algum sentido por frações de segundos logo se confunde novamente. Incógnitas lunares, dessas que me beliscam, nas noites de vento fresco, de calor. O bom é tê-las próxima da caixa craniana.
Aquele meu futuro promissor? Sobre falar sério...sobre uma suposta lucidez? Que é imposta! Sentada atrás de uma mesa fria, a enlouquecer e jogar aqueles papéis de 'sei lá quem' para o alto a fim de desorganizar essa maldita normalidade imbecil. Espero que esse futuro tenha uma pitada qualquer de falta de sentido, de devaneio, de loucura que é tudo aquilo que me compõe, lá no fundo, aquilo que arde, que me faz viva. Estou sempre a um passo desse 'enlouquecer' e quando menos espero já me joguei por inteiro. Sempre prefiri a loucura mesmo, que me cura de uma forma ou de outra. É, eu me perco nessas minhas divagações...A realidade é como um tapa na cara, prum lugar qualquer, de incógnitas crescentes. E que diabos é a realidade?
Minha essência guardo no bolso, isso ninguém pode me roubar...é só minha. Acho que tudo isso, mais o que sou é fruto das minhas escolhas, não quero fazer parte do comum, porque eu prefiro o gosto doce dos sentidos. Eu, arte final, de esboços meus, comportados de tantos eus. Me encontro sem ter uma palavra mesmo com tanto a dizer nesse eco ressonante. Me falta, logo continuo perdida.
Ao redor a vida continua naquele maldito corre-corre, de me deixar nessa paranóia delirante do tanto que deixei pendente, inclusive porque o tempo não me poupa, é carrasco sádico a rir de minhas agonias. Preciso daquele mais, de tato, gosto e cheiro bom, de sentar ao Sol e ver a cor das flores no jardim. Preciso urgente pontuar esse corpo no espaço do tempo numa bela e doce música de derreter a massa cerebral ao sentir aqueles ventos noturnos. Quero logo é voltar a ser criança, de imaginação e corpo solto, sem tempo, espaço ou rótulos. Apenas aquela gargalhada gostosa que contagia, apenas SER.

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