quarta-feira, dezembro 15, 2010

receita:

arte
insanidade
desarticulação
e afinidade.

ps. bata bem e adicione alcool.

quarta-feira, novembro 24, 2010

Mais um ano de cólera.


Te amo, Vida, líquida esteira onde me deito
Romã baba alcaçuz, teu trançado rosado
Salpicado de negro, de doçuras e iras.
Te amo, Líquida, descendo escorrida
Pela víscera, e assim esquecendo
Fomes
País
O riso solto
A dentadura etérea
Bola
Miséria.
Bebendo, Vida, invento casa, comida
E um Mais que se agiganta, um Mais
Conquistando um fulcro potente na garganta
Um látego, uma chama, um canto. Amo-me.
Embriagada. Interdita. Ama-me. Sou menos
Quando não sou líquida.
(Obscena senhora Hilst)

segunda-feira, novembro 22, 2010

Quanto vale a liberdade?

Minhas escritas de natureza insólita infelizmente não me cabem para ganhar dinheiro, por isso a ausência, por isso a luta. Perdi tantos momentos, tantas palavras, que voaram pela janela, por ter que.
Mas aí o hoje, sujo, cheio de cólera. Acordei carregada de frutos podres, o mundo vomitando suas verdades na minha cara, a solidão de ser, que me acompanha, porque ninguém É, o meu eu. Sofro num paraíso íntimo, de complexidade, singularidade. O mundo se desfaz, para Recomeçar.
E ainda por cima essa maldita sombra do capital a me sombrar, daquilo que terei de vestir, da fantasia lúdica, que queimará minhas horas... Lá está o capital prestes a substituir minhas poesias.
Mas no meu caminha habita um eu que nada tem haver com isso, uma versatilidade misturada com solidão, mudanças a todo tempo, desses personagens que habitam meu corpo, onde alguns ainda não foram interpretados. Devaneios não analisados, afetividade que terei que dar para mais uma vez me decepcionar, num ciclo vicioso infeliz repleto de cicatrizes, estou sem crédito para doçuras, meus pensamentos estão negativos, fadigados, de tanto...
Meu nome, não é de hoje, julgado, preso e torturado em praça pública. Risadas gélidas, juízes de porra nenhuma, da vida alheia, a me rondar com olhos esbugalhados, que sejam e continuem anônimos em mim.
Meu eu sofre de grave mal, nesse mundo podre, sofro de Liberdade crônica!

terça-feira, outubro 12, 2010

Retórica



Aqui comigo sei que esse todo é resultado concreto da mesmisse: 2 turno de Dilma x Serra! Que na verdade não quer dizer nada, denovo, não evolui. Confesso que esperei por mais, muito mais!...Ou seria mais desastroso o 2 turno de Aguinelo x Roriz, que mesmo com a "Ficha suja" é candidato através de sua submissa, digo dignissima.
Qual é a diferença de um voto? em meio a mil recursos que os grandes partidos tem para comprar (lanche+50reais) o voto das massas e até dos mais pomposos, pricipalmente! Sim, coronelismo pós-moderno, puro! Sem se dar ao trabalho de providenciar o essencial, o mínimo para uma qualidade de vida efetiva. Não estou desmerecendo o voto de uma classe ou outra...estou desmerecendo certas atitudes independente da classe social: analfabetismo político, corrupção, comodismo, a lista não pára...
Quem somos nós contra a guerra de partidos, contra a máfia, contra a estagnação, contra o Capitalismo que está contra nós. Cá estamos, nesse mundo de ninguém, sem perspectiva de mudança! Esta, morta e esmagada, por representantes de porra nenhuma, que ninguém quer, mas tem que engolir guela abaixo! Repetitivos, mediocres, burros, vendidos, de uma maneira ou de outra. Nesse todo errado, nesse brasil sem eira nem beira, nessa injustiça, nesse sepulcro, JAZ a rePública, o poder do povo, a mudança e a minha esperança de um dia poder existir realmente um 'governo do povo', aí sim a história muda porque no momento o povo não manda nada, só obedece!
Aqui grito a minha indignação por resultados podres, e a necessidade de destruir para construir!
O sistema é um erro, o modo como nos conduzem está errado, nós é que devemos conduzir, escolher e ter poder, ação, direta! Estou falando sobre obviedades certo? mas porque ninguém vê!? Porque é comodo, é assim e pronto.
É...o amargo sabor do capitalismo! e ainda tenho que aturar esses velhos lunáticos corrompidos em discurso nos ecos globais... nessa terra, lugar de ninguém, onde falta quem questionar.
SIM, posso ser utópica, mas o impossivel é possivel pra quem acredita, tenta... Se não a mesmisse: Panis et circenes, quer dizer panetone et circenes como já vimos em outros carnavais brasilienses...
Tudo isso devemos a essa misoginia capitalista crescente em progressão aritmética e uma severa falta de neurônios, que já dizem os cientistas ser irreversível. DENOVO o obscuro e amargo resumo do caos: capitalismo, machismo, tirania, panetone, segundo turno e lá vem Natal...

segunda-feira, outubro 04, 2010

A política além do voto

"Em época de eleição tornam-se frequentes mensagens e argumentos que enfatizam a culpa dos problemas do país nos cidadãos, que não sabem eleger. Gostaria de fazer algumas objeções a este tipo de retórica.
É preciso ser franco: um voto, um único voto, não muda nada, principalmente se tivermos em mente a democracia representativa tal como é a brasileira, com todas as suas falhas e contando com 130 milhões de eleitores (www.tse.gov.br - estatísticas). O poder de mudança do voto a nível macro é irrisório mesmo se um individuo convencer todo o seu círculo social a votar em um único candidato. É praticamente nulo o poder individual de influenciar através do voto em alguma decisão do governo, de determinar alguma política pública ou mesmo de impedir um governante corrupto de exercer seu cargo. É muito maior tal capacidade ao exercer um cargo público, participar de alguma organização social, recorrer a meios como lobby ou marketing.
O que quero deixar claro é a armadilha que se pode cair ao dar tanta ênfase ao método eleitoral, ao delegar tamanha importancia a um dia apenas do mês de outubro a cada quatro anos e descansar os outros 1460 dias com a sensação de missão cumprida. O voto, entretanto, tem uma função fundamental: o poder simbólico de legitimar a democracia representativa. Cada individuo qe confirma seu voto na urna está confirmando seu credo no sistema político brasileiro, ainda que de maneira crítica e não conivente com as falhas sistêmicas e com os casos de corrupção. Mais que eleger um candidato, cada cidadão que vota exprime sua vontade de que seja governado por tal candidato e que aceitará o vencedor de acordo com as regras do jogo, seja ele quem for.
Dar tanta importância aos votos do povo brasileiro, tratando este como despreparados para o exercício da democracia pode - repito - esconder uma grande armadilha. Afinal, quem é mais despreparado para o exercício democrático: o povo ou as elites políticas? Quem são os responsáveis pelas políticas ineficientes, mal gasto do dinheiro público, prostituição partidária, trafico de influência, nepotismo, casos de corrupção sem fim? Quem é que a cada eleição investe pesado em marketing político?
Considerando o baixo poder de influência individual através do voto e somando ainda a parcimônia de atitudes do judiciário, alguns setores da população recorrem a meios não formais de participação política: manifestações de rua, ocupação de terras e órgãos públicos, intervenções artísticas, boicote, greves e outros meios de ação direta. Entretando, os mesmo críticos que acusam o povo de não estar preparado para exercer a democracia, condenam tais tipos de participação política. Esses casos de manifestações são sistematicamente estigmatizados e tratados como casos policiais. Ainda assim, podemos perceber o quão essenciais são essas formas de participação política para a democracia, como fora recentemente no caso Arruda e Paulo Otávio no DF.
Um dos mais importantes cientistas políticos do país José Murilo de Carvalho (CARVALHO, J. M. Os Bestualizados. Companhia de Letras, SP, 1989) ao se deparar com tal problemática, tendo como principal preocupação a forma da cidadania no Brasil, questionava se culpar o povo eleitor e condenar métodos mais radicais de participação política não é consequencia antes do tipo de povo ou de cidadão que se busca. Como a democracia é um sistema político adaptado de outros países economicamente mais desenvolvidos, idealiza-se tal forma de governo e cidadãos mais cultos e submissos às leis. Outra vez insisto que o comportamento do cidadão é um reflexo das próprias instituições que temos. Em outras palavras, como respeitar leis com as quais não se concorda, frutos de uma política poder um país tão desigual?
Ainda que não dê tamanha importância ao mecanismo eleitoral, não é do meu intuito isentar a população de culpa. Tenho a convicção de que não há como construir uma sociedade sólida e saudável com níveis de educação tão baixos. Entretanto, outra vez voltamos ao alvo: às elites políticas, ou não é competência do Estado garantir educação de qualidade para todos os brasileiros? A quem interessa um povo tão desinteressado? Mais que um analfabetismo eleitoral, o problema está na escassa participação política de toda a população (sem excluir nenhuma classe social) no período extra-eleitoral. É preciso entender os processos sociais, reconhecer que a política é a administração da vida coletiva e, portanto, da própria vida e da vida dos outros. Entender que a política vai muito além do voto é assumir, verdadeiramente, o titulo de cidadão - e não apenas o titulo de eleitor" (Luiz Antônio Guerra - ou totz pros mais intimos)

terça-feira, agosto 17, 2010


Território solitário e assim o quero.
Assim minha vida vai indo,
esvaindo...
um livro aberto que calo,
em linhas desconexas,
subentendidas,
escondo.

terça-feira, agosto 03, 2010

Saudade

sei lá de que...aperta, dói.
saudade! daquilo que não foi
e também do que não existe.
saudade do que eu seria,
mas nunca cheguei a ser.
sobretudo saudade do que sou,
do que fui. passado, presente, futuro.
Saudade!
daquele que ainda nem nasceu.




teamo

sábado, julho 24, 2010

Carta à mediocridade

Toda precaução foi vã, todas atitudes tomadas antecipadamente de nada adiantaram, é como sofrer por antecipação. Minha espera era sobre aquele sim predisposto que não declararia guerra, mas o zodíaco afima e esclarece características, revelando os velhos pretextos subjetivos.
Tens consciência da sua essência antes mesmo dos palpáveis e sonoros fatos.
É aí que confundem a filosofia com os milagrosos livros de auto-ajuda, fé e determinação com religião/doutrina, afogando-se intimamente. Não há auto-ajuda que baste para mediocridade. Ainda por cima devo aguentar os canais televisivos, manchetes e a mídia, tentando moldar, como quem vende um atídoto para falta de inteligencia e personalidade, nesses ordinários roteiros maniqueístas. Estão perdidos em consistêntes contextos de porra nenhuma, sem saber o que são, pra onde vão... e A personalidade esvai-se no cotidiano corrido, no badalar das horas. Ainda tem a 'moral da história', o bem, o mal, e toda essa palhaçada que não leva em conta o ponto de vista, as mil personalidades existentes, que muitas vezes habitam um só corpo. Querem apenas julgar a vida alheia inescrupulosamente e principalmente o mal alheio, sem querer saber se o bem não exige uma eterna negação de si. Pra onde quer que eu vá eu me deparo com vítimas domesticadas, auto-afirmação e filosofias furadas sobre os tabus do universo.
Tentar inovar é para poucos, revolução, o diferente aqui é tachado como impossível ou terrorismo (poético), nos privam pelo medo. O absurdo sim, esse é considerado normal, rotineiro, como o semáforo vermelho carmim que escarra nossa podridão no meio de crianças sujas e malabaristas com olhos grandes, cansados, tristes... O mundo está frígido! É melhor viver a plasticidade do shopping, do que a  verdade que há por trás do concreto, do'muro'. Não sei se esse mundo aguenta muito tempo, já foi diagnosticado câncer, de metástases velozes. As pessoas continuam a desperdiçar vida, desejos, plástico e a adquirir psiquês, doenças, friezas, competição!
Estou falando em ultrapassar limites, ousar, por prazer, por sede, crescimento. Portanto, Poupe-me dos teus mil fracassos, já antes esperimentados, das tuas vontades previstas sem atitudes, do teu egoísmo, quando sei que pode mais pois a terra é fétil, não importa a situação quando se quer.
Ame suas rugas e os calos nas mãos, deixe molhar os olhos pelas conquistas e as sensações, chega de pudor, medo, receio...tente o novo, desconhecido, inóspito e renasça das cinzas como a fenix recheado de um novo eu. Podemos semear fúria, moléculas questionadoras. A voz é movimento e movimento é corpo. Dê valor ao que tens, a juventude invisível que pulsa em tua veia, a palavra depositada no espaço, o movimento, a mudança.
Lembre-se que as ternuras não são eternas, muitas vezes são duras, nem por isso deixam de ser. As desventuras são impares, ninguém disse que era fácil, é preciso um foco, objetivo, que não deve ser desviado por conclusões precipitadas, na terra dos sonhos tudo é possível. Tenha certeza a loucura é a que cura, o resto é vício, desconfie da esperança e não se enquadre, transborde.
E o amor... o amor é animal, instintivo, se espalha com o vento e se adapta, pois é maior que um. O sexo é cheiro,secreção e não um colorido conto de fadas. Não há nada mais vergonhoso que o pudor. As nostalgias e arrependimentos viram fato novo, sendo que o último encontra-se sempre perto dos ressentimentos! apague! Que os erros e falhas mostrem o caminho do acerto. Não negue-se, aceite, deleite-se. Questione! se encontre. 'Se não encontra razões para ser feliz, invente-as, seja criativo' e da infantilidade use a risada, o choro, a travessura, a rima desritmada. Sobretudo tenha força, pois a vida pesa, porém seja leve para carregá-la sem desmanchar. Jogue-se no acaso, desprenda-se do óbvio.
Se sente-se atacado por minhas palavras lembre-se atacar exige ser atacado. E se o amor e ódio caminham de mãos dadas: ame as entrelinhas. As palavras devastam, intimamente, não são mera auto-ajuda.





Várias coisas, numa coisa só.

sábado, julho 17, 2010

Serena, talvez...mas posso ser também sisuda, soberba.
Só a insanidade é sã, picante, sincera.
Sou. Sentidos? transbórdo.
Sublime sinuosidade, dentro, emaranha e completa.
Sonhos, desejos, sensações, sem ser meu, mas sendo,
só,
solidão.

quinta-feira, julho 15, 2010

Da arte




Sim, ser filósofo é a inquietação baseada na 'mania' de não cansar de se admirar com as coisas e as pessoas. Depois de muito tempo mal dizendo minhas escritas, hoje amo e beijo-as com afeto. São elas que mostram o que sou, o que quero. Por isso não cansarei de me admirar.
Hoje me dei conta de idéias já mastigadas e não cansei de me admirar com a banalização grosseira de certas palavras.
O Corpo, fonte de prazer, cheio de gozos, que nesse mundo conceituado, anda pautado. Seria exagero meu, me admirar? Se fazem de nós aquilo que querem, modulando. Se muitos nem sabem o que é ter um corpo, por medo, ou pudor? Ah! existiria palavra mais nauseante? Pudor!
Nesse lugar de ninguém onde o corpo feminino tem um lugar repugnante de estética da sexualidade - por desarranjo histórico e aceitação midiática - e pesa sobre nosso dorso, muito mais do que no deles, essa podridão explícita que nos tornamos: De lolitas ao cárcere siliconado. Depilação a laser que nos salve da vergonha de ser. Ah mídia! tu que deverias e não fodes com o mundo! Devemos a ti e a tua misoginia esse caos de um mundo maldito.
... e os artistas? Quem merece a honra de tal denominação? Meros representadores de suas próprias vidas nos infinitos ecos globais! E não há lugar que estejamos a salvo das pútridas histórinhas que ecoam nos lares, nos lugares, desses carentes enredos e a inversão de valores, morais e ideais. É o Fruto de uma sociedade com exarcebada valorização do capital, o mundo girando em torno do bom e velho: money! 'it's a crime.Share it fairly but don't take a slice of my pie.' Corporativismo puro! Será possível? Neurose, maldito conto de fadas pós-moderno, RJ, lolitas, vadias, conflitos, moral da história, Artistas? sei...
Estou falando de obviedades! Mas por que  quase ninguém vê? Já estão tão engolidos pelo maldito capitalismo que todos estão se mordendo de inveja devido ao alto teor orçamental envolvido, espectadores, enquanto a vida escorre por ali? ... e o cérebro cinzento apodrece sedentário.
E o eu? mero mortal erudito, artista, poeta, pintor, filósofo, marginalizado, padronizado,  por dizerem que o que faz não é arte! Mas a arte não vem do surreal? da criação, da realidade inventada, autêntica? Não do que está pronto, manipulado, moldado.
Há uma certa melâncolia nisso tudo! Já dizia chico em nossas conversas:
'Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi. Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir, Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir, Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair. Deus lhe pague. Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir e pelo grito demente que nos ajuda a fugir. Deus lhe pague.' e um pouco mais para nos suportarmos.
Talvez isso me faça mais artista, alimenta o eu, as idéias...
É, estamos marginalizados, drogados, deprimidos, porque transformaram a nossa arte num padrão! Eu não posso mais gritar, eu não posso mais discordar, sou rotulo. É caretisse musical, novela das 9, silicone, modinha. Chega! Por isso prefiro ficar de cá, com meus poetas marginais, e todos aqueles que me mostram a arte pela arte.

quinta-feira, junho 17, 2010

Amar é...



E desde então, sou porque tu és
E desde então és
sou e somos...
E por amor
Serei... Serás...Seremos... (p.N.)





Sonhar faz bem.

domingo, maio 30, 2010

Meus Mistérios

Encarcerada nesse corpo de cicatrizes, vícios e querer crônico. Sussurros e impulsos elétricos despolarizam esse músculo cardíaco em frenéticas contrações, emaranhado do sentir...querer...estar. Sinapses aceleradas carregadas de neurotransmissores, serotonina/adrenalina, libertando o eu, sintetizando o gesto, o riso.
Momentos sinestésicos, misturam sensações, saudades. Pequenas doses, extras, quentes, impudicas.
Além disso existe: 'boca, cabelo, peitos poses e apelos'. O desejo, este é persistente, orgasmo infalivel de repertórios nossos, Melodia infinita, pairando entre notas musicais, esperando um sim.
'Seus olhos e seus olhares milhares de tentações
Meninas são tão mulheres, seus truques e confusões
Se espalham pelos pêlos, boca e cabelo, peitos e poses e apelos
(...) Seus dentes e seus sorrisos mastigam meu corpo e juízo
Devoram os meus sentidos eu já não me importo comigo
Então são mãos e braços beijos e abraços
Pele, barriga e seus laços
São armadilhas e eu não sei o que faço
Aqui de palhaço seguindo seus passos
(...) '




sexta-feira, maio 21, 2010

ontologia poética

Milhares de frases, versos e melodias me passam diariamente e com o vento se perdem, deixando vestigios... Sei que estamos longe dos furacões violentos e vertiginosos do desejo. Impiedoso hiato entre nós dois, desses segundos que teimam em passar, em espaçar.
Ando difamando esses livros na minha estante, ou daqueles que tenho que, queixo-me das pequenas escritas e daquelas outras que perdi na brisa quente de um pensamento num segundo qualquer...
Num roteiro embaraçado, esboçado, entorpecido, impudico, muitas vezes obsceno me inventei. Esse meu exagero pulsante e equivocado. O que me resta a essas alturas? As vísceras e as memórias... porque o tempo insiste em passar.
Ressalto o niilismo puro e meu realismo surreal. As doçuras hoje me doem, ando mal dizendo os versinhos coloridos, como uma utopia, inalcançável.
Eu tento dar às cicatrizes a eternidade de um minuto, de uma frase. A liberdade de não estar presa nesse corpo, que arde, pra que no retorno não seja, não repita, que sejam novas as batalhas, os inimigos.

quarta-feira, maio 05, 2010

Carta aberta

Talvez deseje, tanto, que chegue a transbordar sussurros. Talvez te consuma querer o toque que te anseia, talvez até doa, mas tem gosto, gosto do vivo, inesperado. Minhas sinapses delirantes estão sedentas por ti, pensamento escorre, toque incendiando e percorrendo espaços íntimos num sussurro. Nós. incomuns, íntimos, cladestinos.
Tuas tentativas indecentes, exibindo lugares não conhecidos em caminhos sinuosos. Segundos percorridos, momento inerte, paira entre o sentir e o indizivel. São puras as noites, os gestos que  invadem a solidão de dois corpos. Tu pulsas em mim. O movimento exige, química, pele,cheiro, boca, emaranhado de coisas únicas, singelas, doces. A vulgaridade lasciva explícita nos olhos nus, nos corpos comprimidos, unidos, flagelados...Declaro-me preenchida, encarcerada por ti e a hermeticidade de nosso leito.
O desejo sobrevive a tempestades, furacões, terremotos, pulsa e quer. Meu desejo é vício, inexato, estou submetida a esse querer intenso. Vez enquando me calo, posso ser inerte ou ser vulcão em ebulição, se vez enquando inerte talvez seja porque nossos atos já estejam escritos, previstos em meus esboços. Tenho necessidade de mistério, imprevisibilidade, borboletas, momentos, pulso, instantes desencontrados...flutuando nesses infinitos espaços do tempo, de nós dois, que refletem aquilo que o corpo precisa, deseja. Portanto não importa, o momento é sempre único, novo, meu desejo é alimento, então arda!

quinta-feira, abril 29, 2010

Decifra-me ou devoro-te



















 Lascivos,
de um amor incendiário,
ardendo em brasa.
Obscenos,
de noites embreagadas, voluptuosas...
Você, eu, a sincronia perfeita,
repertório meu de melodia ritmada.
Exagero em falhas, feridas que nunca fecham.
Em meus versos tu sempre és....
encontro, palavras silênciosas, espasmos, suor,
boca, em mim.
Decifra-me, desvenda, encubra, barbariza.
Me sucumbo aos dominios teus.
Orgasmo infalível,
olhar, cheiro, único,
gestos, expressivos, firmes,
fortes.
Meu amor, sacie.
Mate meu desejo,
de amor, de tesão.

quinta-feira, abril 22, 2010

O gosto do vivo

Ao levantar diante de mim o céu azul com aqueles pequenos pedaços de algodão, o sol reluzindo e compondo as cores desse lado de cá. Seria um dia lindo, se não fosse...
Espremo os olhos em choque e ponho os rotineiros óculos escuros. As milhares de sinapses concluem o tom áspero do novo dia, cólera em mim.
Levei a boca chocolate com o intuito de amenizar tal sensação, as respostas foram nulas. O vício e a vontade de fumar me rodiavam, mas parei para minha infelicidade. Depois de doses quentes concluo que o que me resta é proclamar merda ao mundo para amenizar esse silêncio íntimo. É uma necessidade de palavras, versos ou o que for para instigar esse corpo cansado, mas não há ninguém e  recusei todos os poetas e livros da minha estante. Quando saio de casa, sigo meu solitário caminho, os olhares esporram o prazer nunca atingido, olhares que me perseguem.
Manhãs lascivas, o que faria eu sem elas? Nessa solidão repleta de multidões, conversas, olhares, sentimentos...
A ácidez da manhã paira...escrever palavras desconexas para em nenhum lugar chegar...Sempre essas conquistas de nada ecoando na minha massa encefalica, por isso coloco-as aqui para que talvez  nesse mundo incógnito de verdades vãs tenham alguma utilidade.
Na língua de loucos médicos de pilulas mágicas convertidas em receitas para salvar dias infelizes, e alcançar a sonhada normalidade, meras maquiagens impostas, seria eu bipolar (??) Se não me agrada....porque teria de fingir que? Prefiro ter o gosto de chorar.
ME CALAR!? ora já se viu! NUNCA! E essa cura que me ronda, para livrar-me dos dias infelizes, das imprevisibilidades....
Nessa manhã chamada noite antecedida pelo crepúsculo e suas cores aqui estou, querendo fugir para noites remotas de exageros, pensamentos, luar, vertigens, sonhos...para acordar novamente com o céu azul-cinza e esperar anciosamente o pôr-do-sol, o dia se desfazendo em doses de melodia doce e ligeira ou em delirios sem cura.
Felizes são aqueles que entram em colisão com o próprio corpo, que dão voz ao corpo, e vão indo, esvaindo....

terça-feira, abril 13, 2010

Dos domínios teus

Diria-me a fitar os olhos:
-Não tens disfaces comportados neste corpo.
Seria eu uma contradição do óbvio? Sem possibilidade de escolha...Seria eu o prazer inevitável da arte de pensar , transcrito em meus rascunhos.
Responderia, firme:
-E tu não tens corpo para comportar tantos e infelizes adornos, retalhados, tentando enfeitar uma coisa ou outra, objetos de meu desejo. Desses conceitos encrostados e vãos, sem imaginação alguma, a convicção é o que me proporciona tamanha raiva.
Olharia-me acreditando na minha verdade:
-Previsível e de uma sinceridade medíocre de tamanha arrogância desaforada...será que não podes mais?
Sim, posso. E no meu fluxo de idéias embaraçoso, tocado pelas sensações: eram sim arrogantes e desaforadas! Ora, se sempre foi assim...E o que sobrou foi o eu e o silêncio do pensamento, imperando sobre meus sentidos, meu corpo. Uma vertigem me toma nesse abismo infeliz que me envolve por tamanha persuasão de natureza sensata e racional.
Num tom acima tomado pela adrenalina que não deixaria transparecer, disfarçada por um típico e sarcástico sorriso no rosto, diria:
-Nesses abismos meus, cheios de atalhos onde nada faz sentido para você é por onde abandono o previsível, certezas e verdades e abraço o obscuro, latente, objeto de meus desejos...
Retrucou ironizando:
-És pós-moderninha de fato.
Nesse momento a ira toma conta do corpo, ecoando intimamente...os olhos brilham em adrenalina, mordo o lábio e encaro transtornada o ser de irritantes verbetes e soberbas interpretações, adotando malditos adornos impositivos num intenso sorriso malicioso,
-Impositivas ou não, o que pesa são minhas verdades, meus desejos...que pesará sobre tua boca, fazendo-te esquecer rotineiras verdades e previsibilidades, re-conhecendo, transcrevendo-te em meu corpo como um animal. Desejo e raiva misturando imperativos. Calo-te num sussurro íntimo,  pois palavras nossas de nada adiantam, perdem-se em caminhos sinuosos, apenas denunciam os gemidos de volúpias nossas, traduzidos naquilo que desejamos...
Amo teus infelizes adornos, dessa brutalidade intensa,
declaro ser...dominada por ti e por teus toques vigorosos...

sábado, março 20, 2010

heartache

quarta-feira, março 03, 2010

Bittersweet [2]

De tudo isso o que ficou foram lágrimas, que escorreram densas, deixando seu rastro salgado e raçoso.
De todas as palavras repetitivas, que dissiparam-se uma a uma,  o que restou foram alguns cacos espalhados pelo chão, fitando-me, já quase sem vida.
Todas as verdades, íntimas, que me afrontam por tamanha insensatez,  me irritam só em pronunciar.
A raiva foi o prelúdio da desventura do estar. Nesse encontro de nós dois, único, que dispensa descrições e firulas, nos revela a natureza sólida de cada um, escorrendo líquida em palavras rudes boca a fora num tom intenso e fatal, de êfemeras verdades, sim aquelas completamente sem sentido para os outros.
Até quando aguentaremos o peso de tortuosas palavras que dilaceram e abrem feridas que sabemos que nunca fecharão? Como aquelas persistentes, rotineiras, que me acompanham pra onde quer que eu vá, que eu olhe.
Continuará a apontar erros, defeitos cortantes, com tal olhar sádico. E depois de negar todos os toques irá dormir com o peso jogado todo, no outro, seguido pelo silêncio e todos meus ensaios sobre tal que reduzem-se a meus papéizinhos aqui descritos, calam por dizer...o silêncio dói intimamente.
Tudo isso escolhido minuciosamente após a síntese de repúdio inflamado em nosso corpos feridos. O passado pesa, o futuro já não sei se basta. O caminho trilhado conduziu-me ao erro das escolhas indevidas, das permissões não sugeridas, adquiridas e das palavras imutáveis, profundas.
A vontade tange o sexo levando a desejos crônicos e incuráveis que conduzem meus passos nessa corda bamba aonde seguirei de olhos vendados guiada pelos ventos do oeste que embarassam meu cabelo, assim como esse músculo cardíaco involuntário.
Os poemas cospem o tamanho da minha estupidez, na qual insisto, explicam por desexplicar.
A melodia do instante resume toda essa merda, insistente que denominamos monogâmia, desconhecidos íntimos, refletidos em si mesmo, tentando a todo custo não reconhecer, para tentar mais uma vez recomeçar pela milésima vez.






'É com tal coragem que você me repudia?'

sábado, fevereiro 20, 2010

noites alcólicas,
de riso solto,
lágrimas intensas,
inúmeras verdades,
porém de eterna singularidade...
dissipando-se em embragantes
ventos de verão

segunda-feira, fevereiro 15, 2010

sweet

de volta ao cantinho, meu, pequenino, porém aconchegante, de cores familiares, doces, protetoras. Reunindo pedacinhos do eu, lembranças, descobertas, tudo aquilo que sou, que quero ser, aqui é onde reconheço a densidade do eu. Porque as vezes é preciso estar só para saber entender.
É aqui que tem essa luz, essas coisinhas coloridas, essas misturas de roupa feminina com roupa de cama, aquela gatinha de pelúcia que passeia entre minhas pernas com seus pelos macios, de intensos olhos azuis. É aqui que há a velha familiaridade, besteirinhas, conversas ao vento, e vários corações que me cativaram e que cativei, por isso somos eternamente responsáveis....eternamente!




- Algo que encontrei nos meus rascunhos.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Summerlover



Minha medida? 
Amor. 
E tua boca na minha Imerecida.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Ensaio sobre o silêncio (2)

Entre o papel em branco e meus devaneios há o vazio, aquilo que calo por querer dizer...
As palavras bailam no horizonte desafiadoras: dignas de melodias e musicalidade, esboçadas pelo acaso e minha insensatez, lá onde não posso tocá-las apenas senti-las, em frenesi pulsando, densas. Brotam naturalmente num movimento espontâneo, numa inspiração qualquer.
Seriam fruto de minhas quimeras contraditórias, inconscientes e irresponsáveis?
Sussurros ao pé do ouvido, parto estrelar, brilho, eterna busca  por respostas e suas incógnitas, de gosto. Ou apenas palavras que aliviam, saciam...Fragmentos de afetos, delírios, sentimento, paixões arrebatadoras, perpetuando o eu, denso, num rastro cortante...

terça-feira, janeiro 19, 2010

"Pois se em vida é um calado, por que havia de escrever falando? Os calados só dizem o que precisam; e isso impede os outros de ouvirem? Trata-se de pessoa silenciosa; daí­ o ar hermético."

quarta-feira, janeiro 13, 2010

2:20 am

Quantos cigarros acendi para tentar esquecer tua ausência?
Pulsas em mim a cada vão momento, a cada lembrança presente, a cada trago desesperado que desperdicei, me sujando por ti, apenas para anestesiar a ausência dos seus traços, do calor do seu corpo e daquele sorriso doce, secreto, que você tem apenas para mim. Saudade é mesmo como fome, já dizia lispector em nossas longas conversas, por mais que se tenha...nunca é o suficiente...sou insaciável de toques, olhares, sussurros, pecado encarnado em mim.
Quero desprender-me, flutuar na fluidez das trivialidades, percorrer caminhos desconhecidos, aproveitar o Sol de verão tangendo as flores no quintal, observar as núvens de algodão movimentarem-se no fundo azul, ouvir a chuva cair, degustar o canto matinal dos passarinhos...mas nada é belo sem sua presença persistente, quero, desejo, a todo segundo. Deixo transparecer no silêncio de minhas palavras, me contentando com o lamento dos meus papeizinhos, revivendo os momentos únicos que escorreram imperceptíveis, revendo nossas fotos úmidas, mofadas pelas horas, num suspiro...O tempo é mesmo impronunciável, que perpetue nossos momentos pela eternidade, vagando pelos segundos, para que sempre que quisermos possamos reviver os melhores momentos, as melhores lembranças, nossos, detalhes.
Somos repertório nosso, melodia doce, calor, desejo, propagando o que nos é comum, inertes, entre notas musicais...

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Para: Flor, bela

 O tempo, em segundos ritmados, abre caminho para o infinito, o qual trilho numa leveza quase que flutuante, pulsando numa dança qualquer, química, entrelaçando o calor e a serenidade, o momento e a eternidade, conduzindo-me pelos caminhos sinuosos do infinito...
Depois de me apoderar do caos, bailando nos segundos perdidos, inexatos, tomada pelo impulso inconsequente, pude entender a melodia, minha. Depois de transbordar em tempestades, ventanias soltas, a calmaria revela o sentido sincero e o querer explícito. Não tenho medo de choques, porque é deles que surgem os astros luminosos, porém não esquecerei meu eu demasiado humano, vaidoso, errante, repleto de adornos que escondam suas falhas.
Sou de uma audácia sem pudor, uma menina desaforada de impulsos cortantes. Sei lá quem sou, mais um mal, mais uma pecadora, prefiro ser. Insensatez, confronto de pensamentos, infinita no mundo, como tu, Flor da qual o aroma tenho memorizado, me inspirando, me levando a caminhos do sentir, sem sentido, do querer...sei lá o que...
Mulher, arisca, sussurrando em meu ouvido suas deixas, de linhas sinuosas, bifurcadas, emaranhado que me inspira, que não quero entender, eu posso sentir ao palpar suas palavras de cheiro doce, na sinestesia dos sentidos, doce como tu, Flor, fogo e sensualidade que encanta, Bela, faz das tuas letras melodia incomum, o conjunto de minúcias incomodas, explícitas.
A vida enche de furacões nossos doces devaneios, voluptuosos desejos, e tu sabes como ninguém excede-los sem limite no teu eterno propagar...Meus olhos úmidos ao ler-te denunciam o brilho, teu. Me tocas como ninguém, me fodes, em êfemeras sensações, tangendo lentamente até o momento que me entrego, por completo, me perco em ti. Sinto cheiro de Flor, bela, inconfundivel, de seus verbos, adornos para seus verso,s me tornando tua, me inspirando...
Mulher-furacão de olhar intenso deixando teus rastros de vida entranhados em mim, pulsando, devorando-me como ninguém para meu contentamento.



"Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte,
estranho e duro,
Que dissesse a chorar isto que sinto!"

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Ensaio sobre versos (2)

Eu amo teu gosto, cheiro, tato...
Mesmo com toda minha insensatez, sim essa explícita no olhar e na ponta do meu nariz, não! não é contraditório dizer: 'Te amo!', pois o meu excesso é você,  pulsando em sinapses ultravelozes e compassos íntimos e ritmados. Devaneios proporcionados por ti, por ter esse olhar que me engolhe, esse toque que me faz tão tua, tão fêmea, que me faz arder, sedenta de ti, de tanto desejar-te, de tanto amar-te...nesse emaranhado infinito de nós dois. Te amo no gozo indecente do teu toque, no teu sorriso de malícias e boca de beijo ímpar, delicioso. Como poderia sair ilesa? com tamanha intensidade de querer que permanece em mim e de tanto dói.
A posse revela carências, o silêncio dilacera e o pensamento pulsa. Teu olhar afaga denunciando tuas palavras silenciosas, nesse amor desastrado não precisamos de adornos, porque apenas somos...de uma complexidade simples, devaneios crônicos, riso solto, fogo explícito...
É preciso ser poeta para dizer-te...abismos causando-me arrepios e expressivo frio na barriga. Portanto saiba que desejo perpertuar-te em mim, em nós, no nosso dinamismo do prosseguir, moldar, não na constância de rotineiras permanencias, não cabe, nem combina com nossas estripulias, livres, libertárias..Como nas noites embreagantes de verão, em danças flertantes, olhares profundos e toques tangentes, onde o amor arde, transborda, cresce...
Te amo em detalhes, simples, nossos.

segunda-feira, janeiro 04, 2010

viva o novo!



O novo começo que nos faz continuar, 
que não nos deixa desistir, 
acreditando que daqui pra frente tudo será melhor, 
diferente e inusitado.