sexta-feira, junho 05, 2009

Fragmentos do ser.

Antes de mais nada, é dada a liberdade de se entregar as volúpias do desejo, sem mais receios ou pudores.
É dado como sistemáicamente trivial tudo aquilo que se perpetua no tempo de forma linear, mesmo antes de suscitar a idéia de 'matéria-caos' da qual somos compostos, pois no princípio, antes de qualquer florescimento, vem o mais alto grau de putrefação.
Por último o que corrói. Que faz suportar...nada mais é que uma esperança sem ponto final que nos ampara e fortifica.


Porque as certezas vem de minhas incertezas exatas de um compasso continuamente desvairado. A indecisão não é o sujeito, é o fruto proibido de decisões inexatas. Como pode? num mundo frenético de acontecimentos sinuosos, desarticulados...de mudanças bruscas, quereres intensos. As volúpias são desejos violentos. Nesse todo, de outra dimensão do tempo, sem tempo, onde nada pode ser conservado, onde tudo passa e não há escolha. Decisão não é um instante, nem uma escolha, mas pode vir a ser, num tropeço onde se cai no abismo do mundo, sem receios. Onde se faz do desequilibrio o ponto de equilibrio.
E nessa coisa toda entranhada, num emaranhado de nada, somente conquistas vãs, não há como ser privilégio de um, não é a questão, porque de um por um...passam...tudo e todos. A troca se faz necessária, é o silêncio do olhar, troca de gosto, momentos pairando no tempo, conversas aleatórias, tudo, tudo isso faz parte e tem de ser, tem de passar para dar lugar ao novo. O dinâmismo daquilo que se é. As intimidades não cabem num lugar comum, não bastam nelas mesmas, são desarticuladas e livres num mundo de querer, de buscar em cada tato, em cada brilho no olhar, em cada sorriso que passa por nosso mundo... E ainda pode muito mais. Haja criação para se inventar, pintando tantos eus comportados de si para si e para o mundo.
É preciso veias e artérias de sangue quente para irrigar a alma. É preciso estar mergulhado em atômos, íntimos.
É questão de arte e não niilismo apenas. Hipocondria inventada por minhas catástrofes de caos contínuo.
Controlo a velocidade com a respiração, muitas vezes há descompasso, desvairado e é aí que está o ponto...da questão. É quando recupero o ar. A razão totalmente irracional. Aquela que faz mergulhar no mundo do ser, que aqui grito sem medo.
Basta? Basta, sim.

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