quarta-feira, janeiro 13, 2010

2:20 am

Quantos cigarros acendi para tentar esquecer tua ausência?
Pulsas em mim a cada vão momento, a cada lembrança presente, a cada trago desesperado que desperdicei, me sujando por ti, apenas para anestesiar a ausência dos seus traços, do calor do seu corpo e daquele sorriso doce, secreto, que você tem apenas para mim. Saudade é mesmo como fome, já dizia lispector em nossas longas conversas, por mais que se tenha...nunca é o suficiente...sou insaciável de toques, olhares, sussurros, pecado encarnado em mim.
Quero desprender-me, flutuar na fluidez das trivialidades, percorrer caminhos desconhecidos, aproveitar o Sol de verão tangendo as flores no quintal, observar as núvens de algodão movimentarem-se no fundo azul, ouvir a chuva cair, degustar o canto matinal dos passarinhos...mas nada é belo sem sua presença persistente, quero, desejo, a todo segundo. Deixo transparecer no silêncio de minhas palavras, me contentando com o lamento dos meus papeizinhos, revivendo os momentos únicos que escorreram imperceptíveis, revendo nossas fotos úmidas, mofadas pelas horas, num suspiro...O tempo é mesmo impronunciável, que perpetue nossos momentos pela eternidade, vagando pelos segundos, para que sempre que quisermos possamos reviver os melhores momentos, as melhores lembranças, nossos, detalhes.
Somos repertório nosso, melodia doce, calor, desejo, propagando o que nos é comum, inertes, entre notas musicais...

3 comentários:

Unknown disse...

Que intenso isso menina...
O sabor das suas palavras é doce e ao mesmo tempo apimentado.

Parabéns pelo lindo blog e por esse amor que queima dentro de ti.
to seguindo tbm
bjão

Noh Gomes disse...

Amor se não queima, se não sufoca, se não arde, não tem o porque de ser.

Seu canto, otimo canto, lindo, intenso, vontade de mais.

Beijo

Anônimo disse...

Menina, me identifiquei demais com muita coisa aqui. Te ler foi [re]pensar muitos pensamentos meus.

beijos