quarta-feira, maio 05, 2010

Carta aberta

Talvez deseje, tanto, que chegue a transbordar sussurros. Talvez te consuma querer o toque que te anseia, talvez até doa, mas tem gosto, gosto do vivo, inesperado. Minhas sinapses delirantes estão sedentas por ti, pensamento escorre, toque incendiando e percorrendo espaços íntimos num sussurro. Nós. incomuns, íntimos, cladestinos.
Tuas tentativas indecentes, exibindo lugares não conhecidos em caminhos sinuosos. Segundos percorridos, momento inerte, paira entre o sentir e o indizivel. São puras as noites, os gestos que  invadem a solidão de dois corpos. Tu pulsas em mim. O movimento exige, química, pele,cheiro, boca, emaranhado de coisas únicas, singelas, doces. A vulgaridade lasciva explícita nos olhos nus, nos corpos comprimidos, unidos, flagelados...Declaro-me preenchida, encarcerada por ti e a hermeticidade de nosso leito.
O desejo sobrevive a tempestades, furacões, terremotos, pulsa e quer. Meu desejo é vício, inexato, estou submetida a esse querer intenso. Vez enquando me calo, posso ser inerte ou ser vulcão em ebulição, se vez enquando inerte talvez seja porque nossos atos já estejam escritos, previstos em meus esboços. Tenho necessidade de mistério, imprevisibilidade, borboletas, momentos, pulso, instantes desencontrados...flutuando nesses infinitos espaços do tempo, de nós dois, que refletem aquilo que o corpo precisa, deseja. Portanto não importa, o momento é sempre único, novo, meu desejo é alimento, então arda!

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