sexta-feira, maio 21, 2010

ontologia poética

Milhares de frases, versos e melodias me passam diariamente e com o vento se perdem, deixando vestigios... Sei que estamos longe dos furacões violentos e vertiginosos do desejo. Impiedoso hiato entre nós dois, desses segundos que teimam em passar, em espaçar.
Ando difamando esses livros na minha estante, ou daqueles que tenho que, queixo-me das pequenas escritas e daquelas outras que perdi na brisa quente de um pensamento num segundo qualquer...
Num roteiro embaraçado, esboçado, entorpecido, impudico, muitas vezes obsceno me inventei. Esse meu exagero pulsante e equivocado. O que me resta a essas alturas? As vísceras e as memórias... porque o tempo insiste em passar.
Ressalto o niilismo puro e meu realismo surreal. As doçuras hoje me doem, ando mal dizendo os versinhos coloridos, como uma utopia, inalcançável.
Eu tento dar às cicatrizes a eternidade de um minuto, de uma frase. A liberdade de não estar presa nesse corpo, que arde, pra que no retorno não seja, não repita, que sejam novas as batalhas, os inimigos.

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