quinta-feira, fevereiro 19, 2009

look at her, she still ugly inside


Quer chamar atenção, quer que a olhem, olhem!
Grita, esperneia, quando olha nos olhos ri, cínica, para ser notada. Não consegue. Quer estar por cima, quer que olhem e aplaudam, joguem flores, beijos, quer apenas um olhar, ser perceptível, mas não consegue, aí berra com toda a força. Só, cansativa, repetitiva, sem cor, não é, tenta ser, luta, mas é difícil demais. Se prende em coisas pequenas, mesquinhas, pequeninas como ela, pequenininha, se prende aos outros, a opiniões, então não consegue ser diferente, muito menos original, morre na praia, só consegue ser o que os outros querem, o que é ditado, modelos, padrões, momentos, se vê repetidamente nos outros, não consegue ser, apenas, quer mostrar a toda hora. Julga, acha que o que não vem de si é pouco, acaba sendo o pouco que espera. Grita, grita, dentro de um buraco e os ecos respondem um silêncio cortante.
Se não for a melhor chora, faz birra, empina o nariz, quer mostrar, mas não há nada, não há. Dissimulada, finge, joga, continua gritando com toda força, só ela é, só ela faz, é a melhor das melhores, apenas para si. Se acha tão grande mas não cabe no seu "tamaninho", pequeno, de rancores, de "achancias", não vê, não aceita pessoas e seus méritos, a inveja corroi, a faz pequena, inútil, comum, gritando algo que ninguém consegue escutar, porque não é, só mostra, empina. Aí solta veneno, diminui os outros porque assim se sente alguém. Remói, azeda, por não ter conseguido ser a melhor.
Não tenta entender ninguém, gosta dele, daquele, de todos e quando alguém chega perto fica toda venenozinha, se sente bem assim, sendo baixa se sente alta, porque tudo, tudo é dela, tudo, mas não cabe no seu tamanho pequenininho, não consegue carregar tudo o que quer. Olho de cima para vê-la, com lupas, assusta, é oco.
Tira a máscara! Que esconde atrás de palavras categóricas, decoradas, sem tom. Soa falso, talvez seja. Que Contraste! Tudo apenas para servir de paisagem para todos olharem e aplaudirem, por dentro chora, é íntima, imperceptível, ela só quer que a olhem. Olhem!
Quer que sofram por ela tentar ser melhor e não conseguir, perder é duro demais, se vinga, que sofram por seu complexo de inferioridade, por serem, melhores, que sofram as consequências por não concordarem com ela. Todos tem que olhar, aplaudir e seguir como cegos o que diz, se não será jogado no mundo escuro de sua indiferença. Mas peraí a rainha da indiferença perdeu a coroa e trono, está gritando por atenção, está se sentindo sozinha, está entediada, continua gritando, mas ninguém ouve...ninguém. Paredes mudas, segredos sombrios, está num buraco mudo, continua a gritar, mas sua arrogância só lhe deu respostas amargas, secos silêncios que dilaceram, por isso ela grita de dor, griita desesperadamente para ser notada, mas os aplausos estão abafados agora, abafou-se tudo o que se esperava de melhor dela, já não é mais quem parecia ser. Seu azedume a deixou cheia de veneno, pequena, sem nenhum tom de poesia, só amargura, ódio, sem essência, apenas repetição de histórias já contadas.


Então quer se vingar, não consegue, tenta, é tudo em vão.
Olha, limpa, que tá escorrendo da boca, veneno,
mesmo
assim
continua
imperceptível.

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