Lá muito além de qualquer palavra, frase ou letra. Está além do que os lábios reproduzem, está além do sentido, do tempo, do som. Isso que nos é comum, o que nos resta está na pele, no vestígio do gosto que ainda adoça a boca, quase imperceptível, desconhecido.
E daquele choque inevitável é que surgem os astros luminosos.
Nisso tudo me falta ar, não cabe no espaço de um, não rima.
Minhas metáforas, poesias, ontologias, é onde trilho para dizer o 'impronunciável', aquilo que se sente e de tanto! me fogem palavras, ao vento, dançando, perdidas nos segundos do tempo. Persistirei em sentir e compatilhar: do mesmo calor de gosto, olhar, tato que implora, toque. Mesmo que as conquistas sejam vãs, de tudo isso esse tanto já me basta. O brilho no olhar me absolve de qualquer culpa, de qualquer julgamento. De tudo isso sua boca de encontro a minha já é a conquista, é nesse encaixe que me completo.
Os meus encontros e desencontros, possíveis ou não, refletem a busca pelo novo, por aquilo que arda, que faça sentir, sem culpa ou pudores.
Decreto que em nada disso existe a maldade, não pode, há qualquer coisa doce, pura...
De tudo que foi e de tudo que ficou ainda fica muito daquilo que não foi dito, mas foi sentido.
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